Um estudo realizado por pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, descobriu que os diamantes encontrados em um meteorito que explodiu no deserto núbio, no Sudão, há uma década, foram formados no fundo de um planeta “perdido" no Sistema Solar.
Leia também: Cientistas desenvolvem "por acaso" enzima capaz de devorar garrafas PET
Análises microscópicas dos diamantes do meteorito Almahata Sitta mostraram que eles foram produzidos sob intensa pressão, o que para os estudiosos, aumenta a possibilidade de terem se formado em um local muito abaixo da superfície desse planeta, com dimensão entre a de Mercúrio e Marte.
Descobertas recentes sobre os diamantes
Há muito tempo, os astrónomos trabalham na hipótese de que dezenas de novos planetas, desde a Lua até Marte, se formaram nos primeiros 10 milhões de anos do Sistema Solar, e foram quebrados e reembalados em colisões violentas, que acabaram por criar os planetas terrestres que orbitam o Sol atualmente.
No estudo, divulgado esta semana na revista Nature Communications , a equipe explicou que, caso as últimas descobertas fossem confirmadas, o meteorito será considerado o único remanescente conhecido de um desses planetas misteriosos. E, com isso, dará aos cientistas uma abertura para adentrarem as condições cósmicas que prevaleceram na história do Sistema Solar.
Você viu?
Leia também: Nasa vai lançar hoje caçador de planetas habitáveis fora do sistema solar
“Simulações sugeriram que o Sistema Solar primitivo tinha dezenas desses planetas embrionários que colidiram uns com os outros para formar os corpos celestes terrestres. Estamos muito surpresos, ninguém esperava que esses cristais pudessem trazer evidências de um deles”, disse o pesquisador do Instituto Federal de Tecnologia, em Lausanne, Farhang Nabiei ao The Guardian .
Vale mencionar que o meteorito Almahata Sitta foi o primeiro a ser rastreado por telescópios enquanto se dirigia ao planeta Terra e explodia no deserto núbio, em 2008. O evento provocou uma intensiva temporada de buscas da Universidade de Cartum, que conseguiu encontrar 480 peças do fragmento de asteroides.
Leia também: Grande buraco aparece na superfície do Sol e pode impactar o planeta Terra
As primeiras inspeções do meteorito revelaram que ele é um ureilita, composição incomum que não condiz com rochas espaciais vindas da Lua ou de Marte. Segundo os pesquisadores do laboratório suíço, o corpo original dos ureilitos, de onde possivelmente os diamantes se originaram, era um grande planeta que foi destruído por colisões há 4,5 bilhões de anos.