Astrônomos da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, conseguiram detectar um sinal das primeiras estrelas do universo. Segundo o The Guardian , as observações que captaram a informação foram classificadas como “revolucionárias”, além de sugerirem que as primeiras manifestações luminosas do universo aconteceram 180 milhões de anos após o Big Bang.
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“Descobrir esse minúsculo sinal abriu uma nova janela nos períodos iniciais do universo”, disse Judd Bowman, que faz parte da equipe responsável pela descoberta. “É improvável que consigamos ser capazes de ver qualquer coisa mais antiga na história das estrelas durante nossas vidas”, explicou. O “pequeno eco” também encontrou evidências inéditas sobre a existência e composição da chamada matéria escura, que ainda é um verdadeiro mistério para os cientistas.
Para chegar ao surgimento das primeiras estrelas do universo, os pesquisadores voltaram no tempo até o momento do Big Bang, que aconteceu há 13,6 bilhões de anos. Depois da grande explosão, o universo era uma extensão de gás hidrogênio, fria e cheia de radiação, sendo que esta permanece até hoje e norteia estudos que querem entender eventos que aconteceram em um passado muito distante.
Uma "marca" no universo
Durante os próximos 100 milhões de anos, surgiram as primeiras estrelas: elas eram muito grandes e densas, azuis e viviam muito pouco. Conforme tais corpos celestes iluminavam o gás ao seu redor, os átomos de hidrogênio presentes começavam a absorver a radiação em um comprimento de onda característico.
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E foi esse fenômeno que fez os pesquisadores pensarem que o nascimento de uma estrela poderia deixar uma “marca” na radiação do universo , algo que, em teoria, seria perceptível até hoje. E foi provado pela equipe da universidade americana, que buscava tal sinal há mais de dez anos.
“O time teve que coletar ondas de rádio e, então, procurar por sinais que são cerca de 0,01% dos barulhos contaminados de rádio que vem da nossa galáxia”, explicou Andrew Pontzen, cosmologista da Univesity College London. Para ele, encontrar o sinal foi como “localizar uma agulha no palheiro”.
A temperatura do universo primitivo
O mesmo estudo também descobriu que o tamanho do eco era duas vezes maior do que o esperado, significando que o hidrogênio ali presente absorvia mais radiação do que o esperado. Um indício de que o universo era muito mais gelado do que as atuais estimativas.
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Por fim, a pesquisa sobre as primeiras estrelas também coletou dados que podem ajudar nos estudos sobre a matéria escura , algo que pode ser “revolucionário”, segundo Lincoln Greenhill, da Universidade de Harvard. “Nós sabemos tão pouco sobre isso que existem várias teorias sobre o que a matéria escura realmente é”, disse. “Muitas podem agora ser eliminadas”.