Cientistas conseguiram resolver um intrigante mistério sobre os fósseis de mamutes: por que a maior parte das ossadas encontradas pertence a animais do sexo masculino? De acordo com informações do The Guardian , a explicação está na forma como cada um dos sexos se comportava durante a Era do Gelo.
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Assim como a maior parte dos elefantes de hoje em dia, jovens mamutes machos costumavam andar sozinhos. Eles se colocavam em situações de risco, e como consequência, escorregavam para dentro de rios, caíam em buracos e cavernas que, por sua vez, preservaram sua estrutura óssea por milhares de anos.
As fêmeas, por outro lado, tinham o hábito de andar em grupo, lideradas por uma matriarca que conhecia os caminhos e as protegia de maiores perigos. “Sem o benefício de viverem perto das fêmeas, os machos tinham um risco mais alto de morrerem em armadilhas naturais, como lagos, pântanos e rachaduras”, explica Love Dalen, do Museu de História Natural da Suécia, em um relatório publicado na última quinta-feira (2), no jornal “Current Biology”.
Para chegar a esta conclusão, o estudo analisou a genética para determinar o sexo de 98 animais da espécie Mamute-lanoso, cujos fósseis foram encontrados na Sibéria. Assim, descobriram que 69% das amostras eram masculina e ainda muito jovem, nos seus primeiros meses de vida.
“Estamos muito surpresos porque não havia razão para uma diferenciação de sexo nos registros de fósseis”, disse Patricia Pecnerova, também autora da pesquisa e funcionária do Museu de História Natural da Suécia.
Estes animais foram extintos há cerca de quatro mil anos, quando as temperaturas do planeta começaram a subir e as espécies se tornaram uma das principais caças dos humanos.
Uma esperança para os animais
Entretanto, o desaparecimento das espécies pode estar prestes a ser revertido: um filhote de mamute poderá nascer daqui a dois anos . Pode parecer maluquice ou história de ficção científica, mas é ciência. Pesquisadores acreditam que é possível, sim, gerar o primeiro mamute desde a extinção da espécie há quatro mil anos.
O professor George Church, chefe da equipe de pesquisa, afirma que o momento para gerar esse filhote ainda não chegou, mas em alguns anos poderá chegar. Seu time pegou o DNA do animal extinto e adicionou a células da pele do elefante asiático, seu parente vivo com maior proximidade genética .
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Em seguida, as células de pele foram reprogramadas para se tornarem células-tronco, que tem as mesmas características das embrionárias, ou seja, podendo se transformar em qualquer tipo de tecido orgânico. O núcleo destas células, que contém o material genético dos mamutes, será colocado em óvulos do elefante asiático e, por fim, os cientistas transformarão o óvulo em um embrião através de estímulos elétricos ou químicos.