Descoberta japonesa pode aumentar os planos de vários países para enviar astronautas  à Lua, quase meio século depois da missão  Apollo 11
Reprodução/Nasa
Descoberta japonesa pode aumentar os planos de vários países para enviar astronautas à Lua, quase meio século depois da missão Apollo 11

Cientistas idealizaram por muitos anos sobre a possibilidade da colonização da Lua pelo ser humano. Agora, esse desejo chega um pouco mais próximo de se tornar realidade, já que a agência espacial do Japão informou que descobriu uma enorme “caverna” na superfície lunar que poderia se tornar uma base para a exploração de astronautas. As informações são do The Guardian.

Leia também: Novo estudo contradiz principal teoria sobre formação da Lua

A descoberta, feita pela sonda japonesa Selene (Selenological and Engineering Explorer, ou Explorador Selenológico e de Engenharia, em tradução livre), acontece à medida que vários países competem em seguir os EUA ao enviar missões tripuladas para a Lua . Utilizando um sistema de sondagem de radar que pode examinar estruturas subterrâneas, o Japão primeiramente encontrou uma espécie de túnel de 50 metros de largura e 50 metros de profundidade, o que gerou a especulação sobre tal buraco ser ainda maior.

Nesta semana, os cientistas da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa, na sigla em inglês) confirmaram a presença de um abismo com 500 km de comprimento e 100 metros de largura, que parece ser estruturalmente sólido – cujas rochas podem conter depósitos de gelo ou água, o que poderia, por sua vez, ser transformado em combustível, de acordo com dados enviados pela sonda, apelidada de “Kaguya”, em referência a uma história de contos de fadas do país da “princesa lunar”.

"Os dados foram recebidos pela sonda Kaguya que foi enviada ao satélite natural em 2007, e durante um ano e meio recolheu informações. Contudo, na época, não tínhamos a possibilidade de fazer tal análise. Isto se tornou possível agora, como nosso nível tecnológico. Verificamos que na região das Colinas de Marius fica uma cratera com um raio de 50 metros e com a mesma profundidade, que está ligada a uma cavidade subterrânea com várias dezenas de quilômetros de comprimento", esclareceu a interlocutora ao canal Sputnik .

Leia também: Cientistas encontram novas evidências de água no interior da Lua

A Jaxa acredita que a "caverna", localizada sob uma área vulcânica conhecida como Marius Hills, seja um túnel de lava criado durante as atividades vulcânicas há cerca de 3,5 bilhões de anos.

“Nós conhecíamos esses locais, que acreditamos serem túneis de lava... Mas sua existência ainda havia sido confirmada”, explicou Junichi Haruyama, pesquisador da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, nesta quinta-feira à AFP .

Com essas informações, a agência aponta que a “caverna lunar” poderia ser usada como base para os astronautas e seus equipamentos, já que os protegeria das temperaturas extremas no satélite natural do nosso planeta – que variam de uma média de 107 °C durante o dia até -153 °C à noite - assim como a radiação dos raios ultravioleta do sol. “Nós realmente não vimos o interior da caverna, então há grandes esperanças de que explorar isso poderá oferecer mais detalhes”, disse Haruyama.

Leia também: Por que o eixo de rotação da Lua mudou

Desse modo, a descoberta pode aumentar os planos de vários países para enviar astronautas  à Lua, quase meio século depois da missão norte-americana Apollo 11.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!