A ideia de múltiplos impactos contradiz a teoria mais acreditada até agora sobre a formação da Lua
Reprodução Nasa/instagram
A ideia de múltiplos impactos contradiz a teoria mais acreditada até agora sobre a formação da Lua

A Lua pode ter sido produto de vários impactos entre pequenos corpos com uma Terra ainda em fase embrionária, segundo afirmaram cientistas nesta segunda-feira (9). De acordo com o site “Space”, tais encontros entre os corpos acabaram deixando pequenos detritos orbitando o planeta.

A ideia de múltiplos impactos contradiz a teoria mais acreditada até agora sobre a formação da Lua, que sugere que um corpo gigante atingiu a Terra, soltando um detrito em órbita . Desse modo, a nova hipótese científica sugere que pelo menos 20 objetos – de tamanhos relevantes, porém menores do que Marte, por exemplo – teriam atingindo o planeta, lançando detritos em órbita que, mais tarde, formariam o satélite.

Nesse estudo, os pesquisadores explicam que os detritos teriam formado espécies de discos ao redor da Terra, algo semelhante aos anéis de Saturno. Porém, ao longo dos séculos, esses “resquícios das batidas” acabaram formando ‘luas’ que migraram para cada vez mais longe devido às interações das marés. Por fim, os cientistas explicaram que os detritos chegaram a uma distância (conhecida como o raio Hill), formando o que chamamos hoje de satélite natural da Terra.

A nova teoria acaba trazendo explicações para algumas dúvidas e inconsistências que existiam até agora sobre a formação do satélite natural de nosso planeta. Afinal, a ideia de que apenas um grande corpo atingiu o planeta, defendida na década de 1970, acaba não explicando o fato de que há similaridades entre as composições da Terra e da Lua.

“O cenário de múltiplo impacto é a maneira mais natural de explicar a formação da Lua”, afirmou o pesquisador Raluca Rufu, do Instituto de Ciência Weizmann em Israel, quem lidera o estudo. “Nos primeiros estágios de formação do Sistema Solar, os impactos entre os corpos eram muito abundantes, escavando mais profundamente o planeta em formação, portanto é mais natural que centenas de detritos tenham formado o planeta, muito mais [aceitável] do que apenas um”, disse.

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Já na hipótese de um só impacto, o objeto que bateu em nosso planeta haveria de ter uma composição muito parecida com a da Terra para que pudesse criar a Lua tal qual é hoje, com os mesmos materiais do planeta. Se tal objeto fosse composto de diferentes materiais que a Terra, o satélite não seria como é, de acordo com cientistas.

Os autores do novo estudo, publicado nesta segunda-feira no jornal Nature Geoscience, realizaram várias simulações numéricas de processos de formação lunar e determinaram que um cenário de impacto múltiplo explica melhor a composição do satélite natural.

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"Além disso, a semelhança da composição entre a Terra e a Lua no impacto gigante não pode ser explicada sem usar um pêndulo especial parecido com a Terra", acrescentou Rufu. "No entanto, se vários dos corpos contribuem para a formação final, suas ‘assinaturas químicas’ poderão, portanto, ser mascaradas em vestígios”, finaliza.

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