Após receber um implante feito para estimular o sistema nervoso, um homem de 35 anos que estava em estado vegetativo há 15 anos apresentou sinais de consciência, chegou inclusive a derramar lágrimas ao escutar a música favorita. O experimento, realizado na cidade de Lyon, na França, em 2016, foi divulgado na segunda-feira (25) na revista científica Current Biology.
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Segundo os pesquisadores, o estudo contradiz a medicina que diz que um paciente não tem esperanças de retomar a consciência depois de 12 meses em estado vegetativo . O francês foi diagnosticado com danos cerebrais graves, em coma profundo, após sofrer um acidente de carro em 2001.
Os estimuladores foram implantados para estimular o chamado nervo vago (ENV), que liga o cérebro a praticamente todos os órgãos vitais do corpo humano. De acordo com o estudo, o ENV pode auxiliar na restauração da consciência de pacientes que estão há anos sem mostrar sinais de consciência.
Com o experimento, o homem mostrou melhoras significativas em termos de atenção, movimento e atividade cerebral. "Estimulando o nervo vago, mostramos que é possível melhorar a presença de um paciente no mundo", disse uma das autoras da pesquisa, Angela Sirigu, do Instituto de Ciências Cognitivas Marc Jeannerod. "Ele ainda está paralisado, não pode falar, mas pode responder. Agora ele está mais atento", explicou Angela.
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Durante todo o dia e a noite, o paciente recebeu estímulos de 30 hertz em ciclos de 30 segundos, seguidos de cinco minutos de descanso. A intensidade foi aumentada progressivamente. O gerador de impulsos elétricos foi implantado sob a clavícula. O paciente ainda foi capaz de abrir os olhos e mover a cabeça.
"Foi particularmente reconfortante descobrir que as mudanças que observamos após a estimulação do nervo vago combinam perfeitamente com o que é relatado por pacientes quando seu estado clínico muda espontaneamente de vegetativo para minimamente consciente", disse Angela. "Isso sugere que a estimulação do nervo vago ativou um mecanismo fisiológico natural".
No entanto, apesar dos bons resultados, o tratamento não devolveu ao homem seu estado original de consciência, mas, por sua vez, mudou para "um estado de consciência mínima", segundo exames cerebrais.
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Futuro
Os cientistas agora estão planejando um grande estudo para confirmar e ampliar o potencial terapêutico da ENV para pacientes em estado vegetativo ou de consciência mínima. Angela e sua equipe esperam aplicar a mesma técnica para pacientes com lesões cerebrais menos graves, onde melhorias ainda mais substanciais podem ser possíveis.
* Com informações da Ansa