Tarcísio de Freitas e Paulo Hartung
Gabriel Barros / Portal iG
Tarcísio de Freitas e Paulo Hartung

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) participou nesta quarta-feira (12) junto com o economista e ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSD), do painel "Cenário Político", no Fórum de Investimentos de 2026 do banco Bradesco. Em sua fala, o governador defendeu a necessidade da reforma administrativa.

O evento reuniu investidores, políticos e economistas para pensar o cenário do mercado financeiro brasileiro para o próximo ano.

A conversa entre Tarcísio e Hartung, mediada por Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset, fechou o evento que contou também com a participação do presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, em um dos painéis. A conversa girou em torno das medidas tomadas por Hartung em suas duas passagens como governador de Espírito Santo (2003 - 2011 e 2015 - 2019) e das iniciativas da atual gestão paulista, sobretudo no âmbito da responsabilidade fiscal, ambiente de negócios e as perspectivas políticas para 2026.

Tarcísio apontou que o caminho para uma economia mais atrativa para investidores passaria por uma série de medidas liberalizantes:

"Nós precisamos fazer uma reforma administrativa, diminuir o tamanho do estado, precisa desindexar aqui, precisa desvincular ali, precisa de uma reforma orçamentária, a gente precisa rever esse grande cipoal de benefícios que a gente tem. Enfim, a gente precisa rever a perda de potência da lei de responsabilidade fiscal, que foi um grande instrumento para nós e fazer o dever de casa, gastar menos do que se arrecada".

O debate fiscal seguiu, e Paulo Hartung criticou a relação do Governo Federal com o teto de gastos:

"A gente, a gente, a gente assistiu o teto do gasto, o teto dos gastos ser demonizado no debate nacional. Mas o que ele entregou não se entrega nos dias atuais".

Olhando para fora, os participantes conversaram sobre as questões de política externa que afetam a economia e os investimentos, como a Guerra da Ucrânia e o "Liberation Day" como ficou conhecido o movimento de taxação do presidente americano Donald Trump. Em meio a um cenário de instabilidade internacional, o governador de São Paulo propôs que o Brasil seja um parceiro confiável para os outros países: 

"O mundo precisa de um parceiro confiável para energia, nós estamos aqui, temos energia fotovoltaica, temos potencial de energia eólica. Pega nessa questão da inteligência artificial, vamos falar de data center. Tem terreno, tem energia limpa, tem sistema interligado e a gente tem depósito de terras raras. O mundo precisa de um parceiro confiável para segurança alimentar? Opa, estamos nós aqui de braço levantado de novo".

"Se a gente aproveitar esse talento, a gente vai dar um salto. Então não tem como o Brasil dar errado. Só se a gente fizer força".

Na política interna, os dois defenderam uma mudança de rumo para um governo liberal e com garantia de governabilidade, no momento Hartung criticou diretamente o presidente Lula:

"Precisamos de um líder que tenha a capacidade de se eleger e compor maioria no parlamento. Nas duas casas do parlamento brasileiro, Senado e CâmaraA hora que tiver um presidente como maioria no parlamento, ele reorganiza as estruturas do país. Ou seja, nos incomoda ver um poder de estado atravessando a avenida e indo lá do outro lado usar uma casca de banana todo dia". 

O que esperar de 2026?

Provocados pelo mediador a falar sobre eleições, Paulo Hartung disse estar afastado da política e Tarcísio, apesar de cotado para disputar o Planalto no ano que vem, nega e alega que irá tentar a reeleição em São Paulo. Em uma de suas falas finais, Tarcísio reforçou que o foco é trabalhar por São Paulo, mas deixou escapar um vislumbre de projeto nacional: 

Tarcísio discursando
Gabriel Barros / Portal iG
Tarcísio discursando

"O que que tá faltando pra gente acertar? O que que tá faltando para dar o salto que a gente merece? A gente tem que dar um salto de inovação, a gente tem que dar um salto de educação, a gente tem que trazer a novidade pro Brasil".

"Eu tenho certeza que a gente vai organizar esse grupo e nós vamos apresentar esse projeto para o Brasil e esse projeto vai ser bem sucedido, vai ser vitorioso ano que vem, que é o que o Brasil merece. Eu não me conformo e sermos eternamente o país do futuro. Eu quero uma coisa diferente para os meus filhos, para os meus netos".

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