Delator do PCC morto em Guarulhos recusou programa de proteção à testemunha, diz promotor

"Ele deixa sua moradia, seu trabalho, os laços familiares e vai para o programa, mas ele se recusou a ir para esse programa", disse o promotor do Ministério

Vinicius Gritzbach em entrevista ao Domingo Espetacular
Foto: Reprodução/TV Record
Vinicius Gritzbach em entrevista ao Domingo Espetacular


O empresário jurado de morte pelo PCC e assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos , Vinicius Gritzbach , teve opção de entrar no programa de proteção a testemunha, mas recusou. As informações são de uma entrevista de Lincoln Gakiya , promotor de Justiça, nesta segunda-feira (11).

De acordo com o promotor do Ministério Público de São Paulo, em entrevista a GloboNews, Vinícius Gritzbach negou ajuda do sistema de proteção a testemunha para não precisar mudar o próprio estilo de vila. 

Gritzbach estava em esquema de delação premiada desde o início do ano. Aparentemente, o empresário entregou não apenas informações sobre o PCC, mas servidores públicos envolvidos em esquemas ilegais. 

Escolha da vítima

De acordo com o promotor, Vinícius não queria passar pelas consequências do programa - afastamento de amigos, familiares e mudança de endereço. Ele disse que conseguiria pagar para ter a própria segurança.

“O Ministério Público ofereceu a todo momento a inserção do Vinicius no programa de proteção de réu colaborador. Ele, na presença de seus advogados, se negou a ingressar nesse programa. Embora soubesse que corria risco, dizia que podia custear a própria segurança,” disse Gakiya.

Dificuldades de segurança de Vinícius

Para o promotor, Vinícius era uma vítima especialmente vulnerável.  “Ele era um arquivo vivo muito perigoso”, disse; de acordo com investigações de Gakiya, que trabalha com investigações do PCC, a vítima estava envolvida com a facção paulista há uma década, e tinha esquemas de lavagem de dinheiro complexos. 

Por isso, o programa é bem radical para proteção: "Ele precisa romper todos os laços com a sua vida, inclusive com o envolvimento com o crime. Ele deixa sua moradia, seu trabalho, os laços familiares e vai para o programa, mas ele se recusou a ir para esse programa.”

Entenda ataque em aeroporto de Guarulhos

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