Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas, prefeito e governador de São Paulo
Reprodução/Governo do Estado de São Paulo
Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas, prefeito e governador de São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse neste sábado (5) que, "se o Brasil fosse sério, Pablo Marçal seria preso". A declaração se deu em agenda de campanha com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), na zona leste de São Paulo, em referência ao  laudo divulgado nas redes sociais do ex-coach, em que ele atribui a Guilherme Boulos, seu rival, o uso de cocaína.

"A fraude vai ser comprovada com muita facilidade. Não dá pra entender, é surreal que está acontecendo, o descaramento de soltar um documento desse, eu não consigo acompanhar."

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"A acho que isso vai ter repercussão eleitoral sim, acho que as pessoas que estavam encantadas vão ver que ele não é fiel, confiável, que faz qualquer coisa para chegar ao poder. Eu acredito que as pessoas de bem não aceitam isso", disse.

O que aconteceu

Na última sexta-feira (4), Pablo Marçal publicou um laudo falso com a intenção de novamente associar o candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas. Desde a divulgação, diversas evidências apontam que o prontuário apresentado foi forjado. Conforme antecipou a coluna de Mônica Bergamo na Folha, Boulos já solicitou à Justiça a prisão de Marçal por falsificação de documento.

O laudo, atribuído à clínica Mais Consulta, alega que Boulos foi atendido em janeiro de 2021 na unidade do Jabaquara (zona sul de SP) durante um surto psicótico. O documento ainda afirma que um acompanhante do candidato apresentou um exame toxicológico que indicaria a presença de cocaína em seu sangue.

Neste sábado (5), Marçal defendeu-se dizendo que apenas recebeu e publicou o laudo. "Eu recebi e publiquei," afirmou. "Não fui eu que dei o laudo, eu só publiquei." Ele também declarou que cabe a Boulos provar a veracidade do documento e, sem apresentar evidências, acusou o deputado do PSOL de fraudar o exame toxicológico mostrado durante um debate na Globo, respondendo à pergunta sobre quando apresentaria provas com um enigmático "quando eu quiser".

Mais cedo, o juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, qualificou o laudo como falso e concedeu uma liminar que ordena a remoção imediata dos vídeos que fazem referência ao documento nas plataformas Instagram, TikTok e YouTube.

"Há plausibilidade nas alegações [dos autores da representação], envolvendo não apenas a falsidade do documento, mas também a relação entre o dono da clínica e o requerido Pablo Marçal, além de ser um documento assinado por um profissional já falecido e da data de sua divulgação, justamente na antevéspera da eleição," destacou o juiz.


Com a acusação inicial perdendo força, o influenciador recorreu ao laudo falso, que representa um ponto crítico da estratégia de Marçal: viralizar por meio de acusações infundadas, declarações agressivas e polêmicas para ganhar notoriedade entre os eleitores.

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