Ato na Avenida Paulista, realizado em setembro deste ano, pede descriminalização social e penal do aborto
Rovena Rosana/Agência Brasil - 28.09.2023
Ato na Avenida Paulista, realizado em setembro deste ano, pede descriminalização social e penal do aborto

A Prefeitura de São Paulo suspendeu a realização de procedimentos de interrupção de gestação nos casos previstos em lei no Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de capital paulista — instituição que é referência no país nesse tipo de atendimento.

A Secretaria Municipal da Saúde afirma que o procedimento "foi temporariamente suspenso" e não informou quando será retomado. As informações são da coluna da Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Segundo a prefeitura, a paralisação do serviço é para que "sejam realizadas no local cirurgias eletivas, mutirões cirúrgicos e outros procedimentos envolvendo a saúde da mulher".

As outras quatro instituições municipais referenciadas para os casos de aborto legal seguem realizando o procedimento, segundo a Secretaria. São elas:

  • Hospital Municipal e Maternidade Prof. Mario Degni (Rio Pequeno, São Paulo - SP);
  • Hospital Municipal Tide Setúbal (São Miguel, São Paulo - SP);
  • Hospital Municipal Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Vila Maracana, São Paulo - SP);
  • Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio (Tatuapé, São Paulo - SP).

O aborto no Brasil é permitido em casos de estupro da mulher, de risco de vida para a mãe e em situação de bebês anencefálicos, que não têm nenhuma chance de sobreviver depois do parto.


Defensoria Pública cobra esclarescimentos

O Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem), da Defensoria Pública de São Paulo, enviou um ofício ao secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, pedindo esclarecimentos.

O órgão quer que a pasta esclareça os motivos da decisão e envie cópia dos documentos e do procedimento administrativo.

"As informações requisitadas são imprescindíveis para a adequada defesa dos direitos difusos e coletivos de mulheres e meninas vítimas de violência sexual e usuárias do SUS [Serviço Único de Saúde]", afirma o ofício.

A Defensoria destaca ainda que "a ausência de suporte médico às usuárias [do sistema de saúde público] pode representar violação aos direitos de dignidade, saúde sexual e reprodutiva".

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