O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
Renato Pizzutto/iG - 13.09.2023
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou nesta terça-feira (28) que a  greve dos metroviários de hoje  é "política" e que os manifestantes "não aceitam o resultado das urnas" ao parar o funcionamento dos transportes por serem contrários às privatizações.

"Não tem reivindicação salarial, não tem reivindicação trabalhista. Apenas são contra privatizações, que foi algo que nos comprometemos durante a campanha. Não aceitar isso é não aceitar o resultado das urnas", afirmou.

"Não adianta fazer greve com esse mote, porque as desestatizações, as privatizações, vão continuar. Inclusive a da Sabesp, que está prevista para o ano que vem", completou.

Ele declarou ainda que os sindicatos foram "capturados" por partidos políticos. "Não adianta fazer greve, não tem o que ser negociado. O governo vai continuar com as privatizações. Discordar é válido, mas prejudicar o direito de ir e vir do cidadão não é o caminho". 

O governador salientou ainda que os trabalhadores ignoraram a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que determinou o funcionamento mínimo de 85% do contingente de trabalhadores da CPTM e 80% dos serviços do Metrô nesta terça-feira (28) nos horários de pico. A determinação vale para os períodos das 4h às 10h e 16h às 21h na CPTM e 6h às 9h e das 16h às 18h no Metrô.

Já nos outros horários, o magistrado determinou a operação de 60% nos serviços da CPTM e no Metrô. Caso haja descumprimento, há multas diárias previstas de R$ 600 mil para os sindicatos dos ferroviários e R$ 700 mil para o sindicato dos metroviários.

Para a Sabesp, o contingente mínimo referente a serviços essenciais definido pela Justiça é de 80%, sob pena de multa de R$ 100 mil.

O governador disse que "não podo mais tolerar indisciplina" e que buscará penalização dos trabalhadores que descumpriram a decisão do TRT.

Pelas redes sociais, ele considerou a greve ilegal e abusiva:

"Estamos trabalhando para minimizar os impactos de mais uma greve ilegal e abusiva que tenta colocar a população refém de uma pauta política e corporativista. Uma minoria que não se constrange em impor prejuízo e sofrimento a milhares de trabalhadores por puro oportunismo. Não é só egoísmo, é irresponsabilidade e crueldade com quem depende do transporte público", escreveu Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No momento, a CPTM e o Metrô operam da seguinte forma:

Metrô

  • • Linha 1- Azul: funcionando de Tiradentes até Ana Rosa
  • • Linha 2- Verde: Alto do Ipiranga até Clínicas
  • • Linha 3-Vermelha: Bresser até Santa Cecília
  • • Linha 15- Prata: fechada

CPTM

  • • Linha 7- Rubi: funcionando de Luz a Caieiras com intervalo de 8 minutos
  • • Linha 10- Turquesa: fechada
  • • Linha 11-Coral: Luz até Guaianases com intervalo de 6 minutos
  • • Linha 12- Safira: funcionamento integral com intervalo de 8 minutos
  • • Linha 13- Jade: funcionamento integral com intervalo de 30 minutos

As linhas de transporte metropolitano já concedidas, linha 4-Amarela e 5-Lilás de metrô e 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos, operam normalmente.

Ônibus

Os ônibus municipais e intermunicipais circulam normalmente nesta terça-feira (28). As linhas metropolitanas gerenciadas pela EMTU funcionarão com intensificação da operação e extensão de itinerário em mais de 30 linhas estratégicas para amenizar os impactos da greve. Além do reforço na quantidade de veículos e aumento de partidas realizadas, as linhas terão seus pontos finais na capital alterados para que os passageiros sigam até as estações que poderão estar funcionando, ou até a conexão com as linhas da SPTrans.

Sabesp

Todos os sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos seguem operando regularmente.

Ponto Facultativo

O Governo de São Paulo determinou ponto facultativo nos serviços públicos estaduais da capital nesta terça-feira (28). O objetivo é reduzir os prejuízos à população, garantindo a remarcação de consultas, exames e demais serviços que estavam agendados para a data da greve. Os serviços de segurança pública não serão afetados, assim como os restaurantes e postos móveis do Bom Prato, que vão continuar a oferecer normalmente as refeições previstas para terça. As consultas em Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) da capital e em outras unidades de saúde estaduais terão seus reagendamentos garantidos, assim como nos postos do Poupatempo. O ponto facultativo não se aplica à Secretaria de Educação em virtude da preparação do Provão Paulista Seriado e da manutenção do calendário escolar.

"A medida visa a reduzir os prejuízos à população, garantindo a remarcação de consultas, exames e demais serviços que estavam agendados para a data da greve", disse a gestão estadual em comunicado à imprensa. 

Essa é a segunda greve dos metroviários em pouco mais de um mês. 

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