Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas, prefeito e governador de São Paulo
Reprodução/Governo do Estado de São Paulo
Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas, prefeito e governador de São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), declarou nesta terça-feira (7) que não pretende cobrar uma taxa para aterrar a fiação da rede elétrica da capital . O debate em torno da possibilidade aumentou após o temporal da última sexta-feira (3), que deixou 1,1 milhão de pessoas sem luz, das quais 30 mil seguem sem energia. 

“Em hipótese alguma teremos taxa em São Paulo. O contribuinte já paga um valor na sua conta de energia. Vamos usar parte desse recurso para fazer enterramento de fios. Se alguém quiser apresentar um projeto na sua região, a Prefeitura está disposta a contribuir para agilizar o enterramento de fios na cidade”, disse o prefeito em entrevista à GloboNews na tarde desta terça.

 Segundo Nunes, sua fala foi tirada de contexto. Na segunda (6), ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), após reunião com o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval de Araújo Feitosa, e representantes de concessionárias, entre elas a Enel, ele havia sugerido a possibilidade. 

“Tiraram do contexto essa gravação, que vai um pouco mais para a frente, mas não quero polemizar. A Prefeitura nunca fará, nunca pensei em fazer, não existe a mínima hipótese de estipular uma taxa obrigatória. A taxa teria de enviada para a Câmara. Não tem isso. Não tem minuta, não tem discussão sobre isso”, afirmou Nunes.

Em São Paulo, apenas 7% da fiação elétrica é subterrânea, segundo a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado (Arsesp).

Nunes ressaltou ainda que não trata-se de um recuo, já que a proposta não foi apresentada. 

“Em hipótese alguma (foi um recuo). A gente já se vem discutindo mecanismos para enterramento de fios na cidade. Tivemos várias reuniões. As concessionárias se recusam a ter esse gasto, a ter esse investimento. Uma das propostas que a Enel havia trazido desde o ano passado era propor que as pessoas pudessem se cotizar e fazer o pagamento. A Prefeitura poderia usar parte do recurso para incentivar”, disse.

“Talvez que tenha usado o termo errado. Quando você fala em taxa, você fala em obrigação. Tem de mandar para a Câmara. Vira uma lei. Não vai existir isso. Enquanto eu for prefeito, não vai existir taxa para isso”, completou.

Enel sugere a possibilidade

O presidente da Enel SP, Max Xavier Lins, afirmou nesta terça-feira (7) que há realmente uma conversa entre a empresa e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), para que seja criada uma nova taxa para os paulistanos. O dinheiro recolhido pela prefeitura, caso o projeto seja levado adiante, será usado para enterrar fios de eletricidade.

Max relatou que o assunto é pauta há um ano. “Nós sentamos em outubro do ano passado com o prefeito Ricardo Nunes para discutir algumas alternativas. Em alguns casos a solução do enterramento pode e deve ser analisada. A pergunta é: como financiar isso? Haja vista que o enterramento de 1 km de rede elétrica custa de 8 a 10 vezes mais do que uma rede aérea”, explicou.


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