A Justiça de Ribeirão Preto (SP) condenou neste sábado (21) o ex-técnico em informática Guilherme Longo a 40 anos de prisão pela morte do menino Joaquim Ponte Marques em novembro de 2013. A mãe do menino, Natália Ponte, foi absolvida pelos jurados.
O júri entendeu que Longo cometeu homicídio triplamente qualificado, motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa. Ele nega os crimes.
Longo é acusado de aplicar uma alta dose de insulina no garoto, que tinha apenas 3 anos. Em seguida, o suspeito teria jogado o corpo do menino do rio, encontrado dias depois em Barretos (SP), cerca de 120 km da cidade.
Guilherme Longo chegou a ser preso na época, mas solto em seguida após receber um habeas corpus. Após a divulgação de uma reportagem da RecordTV em que assume o crime, o padrasto de Joaquim fugiu para a Espanha, onde foi encontrado em 2017. Em seguida, negou as declarações e disse que deu entrevista em troca de dinheiro.
Longo deve ser transferido ainda neste sábado para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, onde está há cerca de seis anos.
A mãe de Joaquim, Natália Ponte, foi acusada de omissão de socorro e homicídio, mas foi absolvida. Ela chegou a ser presa na época do crime, mas foi solta após 30 dias. Desde então, ela respondia pelos crimes em liberdade.
O júri
O julgamento começou na última segunda-feira (16) com as testemunhas de acusação. Ao todo, sete pessoas foram ouvidas, inclusive policiais que trabalharam nas investigações.
Ao iG, o promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, havia adiantado que todos confirmaram que Guilherme Longo foi o responsável pela morte do menino Joaquim.
Além das testemunhas, o pai de Joaquim, Arthur Marques, também foi ouvido na segunda-feira. Ele se emocionou e disse que queria ter levado o garoto para morar com ele em São Paulo, mas que Natália Ponte teria proibido.
Na terça (17) foi a vez de testemunhas tanto para acusação quanto para a defesa dos acusados. No dia seguinte, cerca de 24 testemunhas de defesa de Natália e Guilherme foram ouvidos.
Os jurados ainda ouviram os peritos criminais que trabalharam nos laudos contra Longo e Natália, além de uma educadora especializada em diabete. Eles ressaltam que alta dose de insulina é mortal e confirmou que o Longo foi o responsável pela aplicação.
No penúltimo dia, Guilherme Longo e Natália Ponte foram ouvidos. O sábado (21) foi destinado apenas para debates entre as partes.