O Ministério da Saúde solicitou, nesta sexta-feira (11), a interdição cautelar do Laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme ( PCS-Saleme ) após denúncias de transmissão do vírus HIV a pacientes transplantados no Rio de Janeiro .
A medida foi tomada após a confirmação de que dois doadores e seis receptores de órgãos testaram positivo para o HIV , em um incidente considerado inédito no país.
Além da interdição do laboratório, o ministério determinou que todos os testes dos doadores de órgãos sejam feitos pelo Hemorio, com o uso do teste NAT, considerado mais preciso. Também foi ordenada a retestagem de amostras de doadores que passaram por exames no laboratório sob investigação.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, se manifestou sobre o caso e ressaltou que a pasta está tomando todas as medidas necessárias.
“Prestaremos toda a assistência às essas pessoas e aos familiares. Quero reforçar esse compromisso do Ministério da Saúde, ao mesmo tempo, temos o compromisso de garantir a segurança, a efetividade e a qualidade, que são marca do Sistema de Transplante do Brasil", destacou.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou, também nesta sexta-feira (11), que abriu uma sindicância para investigar a conduta do laboratório e entender as falhas no processo de testagem dos órgãos doados.
De acordo com informações da CNN, os pacientes infectados já foram informados sobre os resultados e estão recebendo tratamento adequado. Além disso, os órgãos de outros 288 doadores que passaram pelo mesmo laboratório estão sendo submetidos a uma nova rodada de testagens para garantir a segurança dos próximos transplantes no estado.
Entenda o caso
Seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) receberam órgãos contaminados pelo HIV e agora testaram positivo para o vírus da Imunodeficiência Humana.
Além dos transplatados, mais dois doadores também testaram positivo para o vírus. O incidente é inédito na história do serviço.
O governo do estado do Rio declarou que o erro foi do PCS Lab Saleme , uma unidade privada de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense , contratada pela SES-RJ em dezembro do ano passado. O processo de licitação foi feito emergencialmente no valor de R$ 11 milhões, para fazer a sorologia de órgãos doados.
A Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual interditaram o laboratório. O caso é investigado pela Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil. O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) também abriu sindicância.
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