HIV após transplantes: Laboratório recebeu R$ 21 milhões do Governo do Estado desde 2022

Empresa era responsável pelos exames de análises clínicas e anatomia patológica na Central Estadual de Transplantes

A Secretaria Estadual de Saúde do RJ vai retestar o material armazenado de 286 doadores
Foto: Reprodução
A Secretaria Estadual de Saúde do RJ vai retestar o material armazenado de 286 doadores

O Laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme ( PCS  Saleme ), interditado nesta semana após seis pacientes contraírem o vírus HIV ao receberem órgãos contaminados, era responsável pelos exames de análises clínicas e anatomia patológica na Central Estadual de Transplantes .

Segundo levantamento na Transparência do Estado realizado pelo jornal O Globo , A PCS Saleme recebeu R$ 21,58 milhõe s em empenhos autorizados pelo governo entre janeiro de 2022 e outubro de 2023, devido aos contratos firmados com várias unidades de saúde estaduais, como UPAs e hospitais na Zona Oeste e Zona Norte do Rio de Janeiro.

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A empresa também atuava em ao menos outras 12 unidades de saúde estaduais, como hospitais, institutos e centros especializados. De acordo com informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), os casos de contaminação com HIV começaram a ser investigados em setembro, quando foi notificado o primeiro paciente contaminado após receber um órgão infectado. 

O transplante envolveu rins, fígado e coração, e os exames de dois doadores infectados haviam dado negativo para HIV na época da morte, o que permitiu a doação dos órgãos. Somente após nove meses, um dos receptores, que havia recebido um coração, começou a apresentar sintomas e testou positivo para o vírus.

Erro nos resultados dos exames


A SES solicitou a interrupção dos serviços prestados pelo PCS Lab Saleme em 20 de setembro, logo após o início do processo administrativo relacionado aos casos. Em uma vistoria realizada pela Vigilância Sanitária do estado no dia 4 de outubro, diversas irregularidades foram encontradas no laboratório, como a falta de kits de exames, falhas na estrutura e desorganização no controle de temperatura dos equipamentos. 

O transplante de um órgão no Brasil só pode ser realizado após o atestado de morte encefálica, seguido pelo contato com a família e, depois, análise clínica do doador, com exames para verificar se o órgão é saudável para a doação. 

Segundo autoridades de saúde, o erro pode ter acontecido, porque os testes para constatar doenças deram negativo, e a doação seguiu.

O Ministério da Saúde solicitou, nesta sexta-feira (11), a i nterdição cautelar do Laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme ( PCS-Saleme ) após denúncias de transmissão do vírus HIV a pacientes transplantados no Rio de Janeiro .


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