Deputados que compõem a base do governador Cláudio Castro e ex-secretários do governo estadual faturam politicamente em cima de projetos como a Casa do Trabalhador e o Esporte Presente, que têm folhas de pagamento “secretas” bancadas pelo Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio (Ceperj).
Nas redes sociais, é possível ver nomes como Gustavo Tutuca (União Brasil), ex-secretário de Turismo, e Rodrigo Bacellar (PL), que foi secretário de Governo, se dizendo responsáveis pela expansão da Casa do Trabalhador pelo estado. O deputado estadual Charlles Batista e Guttemberg Fonseca, ex-secretário de Esportes, também pegam carona no Esporte Presente.
Em uma publicação, Tutuca celebra a inauguração da Casa do Trabalhador de Itaguaí e agradece ao secretário de Trabalho e Renda, Patrique Welber, “por ajudar a levar o projeto para a região”. Bacellar, em várias postagens, é definido como “coordenador do projeto”. Em outra imagem, Tutuca aparece ao lado de Guttemberg Fonseca, a quem chama de “meu candidato a deputado federal”. Atrás dos dois, aparece um banner que relaciona o nome de Guttemberg à bandeira dos esportes.
Guttemberg ainda coleciona fotos de núcleos do Esporte Presente em operação e enaltece a sua própria atuação para o crescimento do projeto. Charlles Batista também se apresenta em fotos em inaugurações de núcleos do Esporte Presente.
A esses nomes, são associadas indicações para cargos e ingerência sobre o funcionamento dos projetos. Procurados pelo GLOBO, Guttemberg se manifestou e disse “não ter nenhuma ligação com as planilhas do Ceperj”.
O deputado estadual Gustavo Tutuca, por meio de nota, afirmou que "não tem qualquer ingerência sobre o programa Casa do Trabalhador, seja para contratação ou gestão da mesma".
"Os agradecimentos citados são porque o parlamentar acredita se tratar de um programa de governo que tem potencial para, realmente, mudar a vida das pessoas que buscam uma vaga no mercado de trabalho. Cabe ressaltar que a Casa do Trabalhador é um programa que foi criado através de um Projeto de Lei, aprovado na Assembleia Legislativa e sancionado em 2013", conclui o texto. Bacellar e Batista não se manifestaram.
De acordo com dados obtidos pelo Ministério Público do Rio, apenas em 2022, os gastos com os projetos do Ceperj já somaram R$ 508,7 milhões.
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