“(Eu estava tão dopada) que quase que não conheci o meu filho (após o parto). Só vi quando a minha acompanhante saiu (da sala)”. A lembrança é da primeira mulher a ser operada, no dia 10, pela equipe em que estava o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos. A mulher acredita que foi estuprada pelo especialista dentro de uma das salas de parto no Hospital Heloneida Studart, também conhecido como Hospital da Mulher, em Vilar dos Teles, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A mulher de 30 anos, mãe solo, e que dava à luz ao segundo filho, disse que “só agora que a ficha está caindo” e que está “muito preocupada em ter que parar a amamentação” por conta do coquetel anti-HIV que terá que tomar. Ela disse que ficou muito dopada na cirurgia.
"Ele pode ter abusado de mim ou não, porque eu estava dopada. Deitei e fiquei desacordada. Eu acho que fui uma vítima, a primeira do dia", conta a possível vítima, que lembra da conversa que teve com Giovanni:
"Eu estava deitada e ele olhava para os meus seios. Em determinado momento, ele falou assim: “Você está com frio?”. Eu falei: “estou”. Ai, ele pegou e disse que daqui a pouco o frio passaria. Eu lembro depois que a minha acompanhante chegou e a cirurgia já havia começado. Ele foi e pegou na minha tatuagem e falou: “É um carimbou ou tatuagem? ”. Ai, falei: que era uma tatuagem e ele falou que era muito bonita e ficou passando a mão. Ai, eu apaguei de novo e não vi mais a minha acompanhante", contou a mulher em entrevista do "Domingo Espetacular", da TV Record.
A vítima afirmou que por pouco não conheceu o filho, por conta da quantidade de sedativo que teria sido ministrado nela.
"Eu quase não conheci o meu filho, eu só vi porque a minha acompanhante saiu. Num primeiro momento, a minha ficha não caiu. Agora, que está caindo. Eu estou muito preocupada pela amamentação do meu filho. Vou ter que parar para tomar o coquetel (anti-HIV). Isso está mexendo muito comigo. Esse caso não pode sair impune", destacou.
Para o advogado Joabes Sobrinho, que defende a parturiente, o médico “premeditou o crime”.
"(O crime) já estava premeditado. A acompanhante dela só pôde entrar quando o parto já estava acontecendo", lembra o defensor, que afirmou que vai processar o médico e o estado.
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