Trabalhadores estavam em galpão de cervejaria clandestina
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Trabalhadores estavam em galpão de cervejaria clandestina


Agentes do 24º BPM (Queimados) resgataram um grupo de trabalhadores que era mantido em cárcere privado em uma fábrica clandestina de bebida alcoólica na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro . No local, foram encontrados 12 homens, que eram obrigados a dormir no local, sendo impedidos de sair.

Todos vieram dos estados de Tocantins e Goiás após promessa de emprego, mas acabaram, segundo as autoridades, em condição análoga à escravidão, recebendo somente alimentação em troca da atividade exercida.

Ao chegarem ao galpão, os policiais militares conseguiram manter contato visual, através do muro, com parte dos trabalhadores ali reunidos. Os homens, porém, não puderam sequer dar acesso aos agentes, uma vez que o portão estava fechado à chave.

“Não podemos abrir, estamos trancados”, responderam.

Dentro do espaço, foram encontrados colchões, malas de roupa, colheres e recipientes nos quais o grupo se alimentava, além de material utilizado para adulterar cerveja. Os trabalhadores contaram aos agentes que passavam o dia inteiro trocando rótulos e chapinhas de garrafas de bebida de qualidade inferior por outros de uma marca reconhecida no mercado. Eles era proibidos até mesmo de sair à rua.


O galpão, localizado após denúncia anônima sobre falsificação e adulteração de bebida alcoólica, fica na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, no bairro Vila São João, em Queimados. Foram apreendidas dezenas de garrafas cheias de cerveja, bem como centenas de rótulos e chapinhas. O espaço acabou interditado.

Apesar da atividade ilegal mantida na fábrica, os trabalhadores não foram presos por conta da condição a que estavam submetidos. Eles contaram que a operação era comandada por dois homens, que não estavam no local no momento da chegada dos PMs e, até o momento, ainda não foram identificados.

Embora o caso tenha sido registrado na 55ª DP (Queimados), que chegou a periciar o local na noite da última sexta-feira, logo após a operação da PM, a investigação acabou remetida à Polícia Federal, já que o crime de trabalho análogo à escravidão é de alçada federal. A PF, contudo, não respondeu ao pedido de mais detalhes feito pelo GLOBO até a publicação desta reportagem.

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