A comunidade de Ponta Negra, onde sete pessoas da mesma família morreram em decorrência das chuvas neste sábado , foi o último local do estado do Rio de Janeiro a receber energia elétrica. A instalação foi feita em 2017. Mas, segundo a associação de moradores, nunca houve reparo ou manutenção desde então.
"Toda vez que chove ficam dias sem luz e ficamos isolados a cada emergência" afirma Cauê Villela, atual presidente da associação. Ele diz que estão há quase quatro dias sem luz.
A comunidade de Ponta Negra tem cerca de 230 habitantes e só pode ser acessada pelo mar ou por uma trilha de 50 minutos a pé, a partir da praia Antiguinhos.
Os moradores reclamam de postes derrubados e de fios de alta tensão caídos nas trilhas. Cauê Villela afirma que tem pedido manutenção frequentemente e que foi à prefeitura desde maio do ano passado com a solicitação. O líder comunitário diz ainda que a concessionária de energia Enel recebeu um pedido em caráter de emergência, mas ainda não resolveu os problemas.
Outro problema relatado é a falta de sinal telefônico. Há uma torre próxima ao local, mas o sinal não chega. É preciso que seja instalado um repetidor de sinal. A associação de moradores conseguiu fazer com que a fibra ótica chegasse lá após solicitar a uma empresa, mas quando falta luz precisam improvisar. Neste sábado, conseguiram manter o roteador de internet funcionando com bateria de caminhão.
"Estamos usando uma internet provisória, com bateria de caminhão. Eu fiz um conversor para poder abastecer um único roteador de internet. Mas a gente não sabe até quando vai durar, porque não tem como recarregar" relata Cauê.
Além de geradores de energia, também é urgente para a população de Ponta Negra o abastecimento de água e comida. Eles usam a água que vem direto da cachoeira que, no momento, está com cor de barro devido ao volume da chuva. A dificuldade de acesso à comunidade é o principal problema para quem quer enviar ajuda.
A prefeitura de Paraty afirmou que está levando mantimentos em lanchas até Ponta Negra. Sobre a falta de energia, o município alega que vem cobrando agilidade da Enel desde quinta-feira.
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