Inmet emite aviso laranja de perigo de onda de calor em 8 estados.
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Inmet emite aviso laranja de perigo de onda de calor em 8 estados.


onda de calor que já vinha elevando as temperaturas em diferentes regiões do país se intensificou ainda mais nesta semana. Ainda pela manhã de ontem, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) elevou o nível do alerta iniciado na última terça-feira para a categoria de “grande perigo” em parte das áreas afetadas e estendeu a duração do fenômeno, que antes terminaria ontem, até a próxima segunda-feira (29).

Ao todo, oito estados estão sob influência direta do calor extremo, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro. Minas Gerais e Espírito Santo também enfrentam uma situação mais crítica, assim como áreas do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, e do Centro-Oeste, no Mato Grosso do Sul e no interior de Goiás.

O Inmet emitiu dois alertas distintos. O mais grave, classificado como de “grande perigo”, abrange Rio de Janeiro, São Paulo e partes de Minas Gerais, Paraná, Goiás, Santa Catarina e Espírito Santo. Já o alerta de “perigo potencial” se estende do litoral capixaba até a região central de Goiás, incluindo Goiânia. Belo Horizonte também está dentro dessa área.

Os efeitos foram sentidos diretamente nos termômetros. Na véspera e no dia de Natal, cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná figuraram entre as mais quentes do país. Registro, no Vale do Ribeira, liderou o ranking nas duas datas, ao lado de Morretes (PR) e Niterói (RJ). Entre as cinco maiores temperaturas registradas nesses dias, apenas Ipanguaçu (RN), no semiárido nordestino, ficou fora da área da onda de calor.

Nas grandes capitais, o calor bateu recordes. A cidade de São Paulo registrou ontem, pelo segundo dia consecutivo, a maior temperatura de dezembro e de todo o ano. Às 15h, os termômetros marcaram 36,2°C na estação do Mirante de Santana, na Zona Norte. No dia anterior, no Natal, a mesma estação já havia alcançado 35,9°C.

Em alguns pontos, a sensação térmica foi ainda maior do que os dados oficiais. Termômetros de rua chegaram a registrar até 40°C, e o impacto começou a alterar a rotina da população. Pessoas passaram a usar guarda-chuvas para se proteger do sol, enquanto shoppings e outros espaços climatizados ficaram mais cheios.

No Rio de Janeiro, a prefeitura informou que houve 973 atendimentos médicos relacionados ao calor em apenas dois dias, segundo a Secretaria municipal de Saúde. Entre os principais sintomas registrados estão tontura, fraqueza, desmaios e queimaduras solares. O calor intenso também provocou episódios pontuais de falta de energia e de água no estado.

Segundo o Inmet, uma onda de calor é caracterizada quando a temperatura máxima permanece por mais de cinco dias consecutivos ao menos 5°C acima da média histórica. Esse critério está sendo cumprido nas áreas sob alerta, onde a previsão é de manutenção do calor até o dia 29 de dezembro. No réveillon, os termômetros devem registrar uma leve queda, o que tecnicamente encerraria a onda, embora o calor continue intenso.

O fenômeno é provocado por um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), sistema atmosférico que favorece o bloqueio da circulação de frentes frias e mantém uma massa de ar seco e quente sobre parte do país. Segundo meteorologistas, esse tipo de configuração também pode gerar instabilidades nas áreas periféricas do sistema, aumentando o risco de tempestades localizadas.

A previsão para o verão indica a persistência de um cenário mais quente e seco no Sudeste, com chuvas abaixo da média histórica, especialmente em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. No Nordeste, a tendência também é de precipitações reduzidas em grande parte da região. Já no Sul, a expectativa é de volumes de chuva acima da média nos próximos meses, especialmente no Rio Grande do Sul.

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