
O deputado Diego Garcia (Republicanos), relator do processo contra a deputada Carla Zambelli (PL) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, apresentou parecer contra a cassação do mandato da parlamentar.
Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por comandar uma invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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A justificativa do relator, que deu uma coletiva à imprensa nesta terça-feira (2) para falar sobre sua decisão, é que não há provas de que Zambelli ordenou a invasão ao CNJ.
“Analisei toda a ação e todos os documentos no qual tive acesso e o que encontrei foram suspeitas, mas não há certeza de que a deputada tenha ordenado as invasões”, afirmou o relator.
Por ter sido condenada criminalmente em decisões definitivas no STF, a Câmara precisa dar aval à perda do mandato.
Para isso, o parecer de relator precisa ser votado pelos membros da CCJ, que podem aceitar ou rejeitar o texto. Essa votação pode ocorrer ainda nesta terça-feira (2).
Após a análise da Comissão, o caso será submetido ao Plenário e serão necessários, pelo menos, 257 votos para que a deputada seja cassada.
Presa na Itália
Carla Zambelli, que está presa em Roma, na Itália, desde julho, participou remotamente, em setembro, de uma audiência sobre o caso na CCJ.
A deputada trocou acusações com o hacker Walter Delgatti, que também foi condenado com ela pelo STF.
Zambelli fugiu para a Itália antes da condenação no STF se tornar definitiva e acabou entrando para a lista de procurados da Interpol.
A extradição da deputada para o Brasil é analisada pela Justiça
italiana, que marcou nova audiência para esta quinta-feira (4).
Em outubro, o Ministério Público da Itália deu parecer favorável à sua extradição para o Brasil.