O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou, nesta tarde de sexta-feira (8), em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) , que desconhecia qualquer irregularidade e não agiu para esconder fraudes que envolviam descontos irregulares nas contas de pensionistas e aposentados.
O convite para prestar depoimento à CPMI partiu do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL).
Lupi comandou a pasta entre janeiro de 2023 e maio de 2025.
Ele estava no cargo quando a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU)
deflagraram a operação que desarticulou a quadrilha que roubou R$ 6,3 bilhões de aposentados.
"Nunca acobertei desvios", disse o ex-ministro do governo Lula, durante depoimento na CPMI do INSS.
“A gente infelizmente não tem o poder da adivinhação. Nunca tivemos capacidade de dimensionar o tamanho ou volume do que esses criminosos fizeram no INSS. Foi só depois da ação da investigação para valer, da PF”,
declarou.
Ele disse prezar pelo seu currículo e disse que suas indicações foram todas técnicas ao INSS.
O ex-ministro era um dos nomes mais aguardados na CPMI. Ele estava acompanhado por dois advogados.
Com o escãndalo do INSS, Lupi perder o cargo, assim como o presidente do INSS na época, Alessandro Stefanutto, que foi demitido.
"Campanha política"
Nos primeiros minutos do seu depoimento, Lupi também mencionou providências contra fraudes que tomou enquanto estava à frente do ministério.
Ressaltou que não é investigado e acrescentou que não houve abertura de sindicância contra ele, porque seu nome não foi citado na investigação da PF.
Ainda durante a CPMI, o ex-ministro disse que deixou o cargo por causa de uma “campanha política” contra ele.
Disse que deixou o sistema financeiro descontente, sugerindo que as denúncias no INSS podem ter origem em ter baixado a taxa de juros do crédito consignado.
"Errar é humano e eu posso ter errado várias vezes. Mas má-fei eu nunca tive. Acobertar desvios, nunca fiz na minha vida"
, reforçou.
Ao todo, todos os ministros dos últimos 10 anos foram convidados para prestar esclarecimentos sobre descontos associativos indevidos à CPMI.
Também foram convocados 12 ex-presidentes do INSS.