Sérgio Luiz de Freitas Filho, também é chamado de “Mijão”, “Xixi” ou “2X”
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Sérgio Luiz de Freitas Filho, também é chamado de “Mijão”, “Xixi” ou “2X”

Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão”, “Xixi” ou “2X”, apontado pelo Ministério Público como principal foragido do Primeiro Comando da Capital (PCC) , vive há mais de uma década em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, em mansões com segurança reforçada e condomínios fechados, mantendo rotina de festas e encontros com amigos e familiares. As informações são do Fantástico.

Segundo investigações, ele foi enviado à Bolívia por outro líder do PCC, Gegê do Mangue, para fiscalizar o envio de pasta base de cocaína ao Brasil.

Sérgio usa identidade falsa como Sérgio Noronha Filho e já morou em pelo menos seis residências luxuosas, com aluguel de até quase R$ 30 mil mensais, incluindo quadras de tênis, futebol, três piscinas e um lago.

Em Santa Cruz, Sérgio é visto em vídeos sorrindo e descontraído, circulando livremente em restaurantes e bares. “ Xixi tá rindo à toa. Da hora ver ele assim ”, comentou um amigo na publicação. “ Ele merece. Fica aí, sem fazer nada ”, respondeu outro.

A cidade se tornou refúgio de outros líderes do PCC, como Gegê do Mangue e Paca, assassinados em 2018 durante visitas ao Brasil.

Alguns criminosos, como Tuta, foram presos na Bolívia, revelando uma rede de corrupção que protegia líderes do crime.

Segundo o promotor Lincoln Gakiya, os chefões do PCC utilizam a Bolívia como “hub”, com propriedades de luxo, restaurantes e boates, sem serem incomodados por autoridades locais, informou o Fantástico.

Histórico e atuação do crime

Natural de Campinas, Sérgio começou a se envolver com o crime ainda jovem. Aos 14 anos, trabalhou em uma metalúrgica e depois se tornou sócio de uma pequena empresa de usinagem.

Em 2013, a Polícia Federal recebeu alerta do DEA, departamento antidrogas dos Estados Unidos, sobre quadrilhas atuando entre Brasil, Paraguai e Bolívia.

Naquele ano, Sérgio foi flagrado em Viracopos, embarcando com comparsas para Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com destino à Bolívia para negociar cocaína.

Mesmo foragido, participou de jogos de futebol e praias no Brasil, e discutia compra de fuzis e lavagem de dinheiro.


Movimentações financeiras

Documentos obtidos pelo Fantástico mostram que entre 2018 e 2019 o núcleo do PCC ligado a Sérgio movimentou mais de R$ 1 bilhão .

Recentemente, fotos do traficante com a família e acompanhantes confirmaram sua presença em empreendimentos de alto padrão.

O monitoramento de parentes e amigos não foi suficiente para capturá-lo até janeiro deste ano, quando uma imagem postada pelo enteado indicou seu local exato: um lago artificial em um condomínio de luxo.

De acordo com o Fantástico, a Polícia Federal diz que mantém monitoramento constante de foragidos e cooperação com autoridades bolivianas, como na prisão de Tuta, mas reconhece as dificuldades enfrentadas devido à impunidade e à corrupção local.

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