A Polícia Federal desencadeou nesta quarta-feira (3) uma operação contra o governador do Tocantins, Wanderley Barbosa (Republicanos), suspeito de participação em um esquema de fraude em contratos de compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19 .
A investigação tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o afastamento imediato do chefe do Executivo estadual por 180 dias. A decisão liminar, assinada pelo ministro Mauro Campbell, será levada para análise da Corte Especial.
A ofensiva mobilizou mais de 200 agentes federais para cumprir 51 mandados de busca e apreensão em diferentes endereços ligados ao caso. Também foram impostas medidas cautelares contra outros investigados. Segundo a PF, o objetivo é colher novas provas sobre o uso de emendas parlamentares e o suposto recebimento de propinas por agentes públicos e políticos do estado.
De acordo com as apurações, mais de R$ 97 milhões foram pagos em contratos voltados ao fornecimento de cestas básicas e frangos congelados, entre 2020 e 2021. O prejuízo aos cofres públicos ultrapassaria R$ 73 milhões.
Os investigadores afirmam que parte do dinheiro desviado foi dissimulado em investimentos de fachada, como construções de alto padrão, compra de gado e custeio de despesas pessoais dos envolvidos.
Em nota, a Polícia Federal destacou que o grupo teria se aproveitado da situação emergencial imposta pela pandemia para manipular processos de contratação. “As investigações, que tramitam sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça, apontam fortes indícios de um esquema de desvio de recursos públicos entre os anos de 2020 e 2021, período em que os investigados teriam se aproveitado do estado de emergência em saúde pública e assistência social para fraudar contratos de fornecimento de cestas básicas” , diz o comunicado.