Horas antes do assassinato do empresário Vinícius Gritzbach no aeroporto de Guarulhos (SP), no dia 8 de novembro, um policial civil foi flagrado usando uma viatura da corporação descaracterizada e com placa adulterada circulando pelo local. As informações foram obtidas pelo Fantástico.
O carro foi flagrado por câmeras passando pela área de desembarque do terminal 2 às 14h06. Minutos depois, o automóvel foi visto em uma rodovia que dá acesso ao aeroporto e é possível ver a placa adulterada, aparentemente com uma fita, onde a letra "F" é trocada para "A". O automóvel era conduzido pelo investigador Alfredo Alexander Raspa da Silva , segundo a TV Globo.
Minutos depois, após deixar o carro no estacionamento do terminal 2, ele caminha pelo local onde pouco tempo depois o delator do PCC seria morto. Segundo o Fantástico, o voo dele partiria do terminal 1, que também tem estacionamento, e não do 2. A distância entre eles é de cerca de 3 km.
Policial voltou ao local após a morte
Cerca de 40 minutos após assassinato, Alfredo volta a aparecer no terminal 2, com o celular na mão. Ele se aproxima, levanta o celular e aparenta tirar uma foto do corpo do empresário. Depois caminha mais e tira outra, desta vez, com ele no quadro. Alfredo ainda andou novamente e tirou outra fotografia, repetindo o ato mais de uma vez.
À Corregedoria, o investigador disse, segundo o Fantástico, que fez uso particular de um carro oficial para ir ao aeroporto, acrescentando que fez a adulteração para não ser descoberto. Ele afirmou que estava de férias e foi ao aeroporto para pegar um voo para Porto Alegre, onde passaria dois dias, mas perdeu a viagem.
Alfredo é agente do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) . Gritzbach delatou policiais civis do departamento, mas o nome do agente não consta na delação, de acordo com o Fantástico.
“Confundiu o terminal”
Ao Fantástico, o investigador disse que confundiu o terminal onde pegaria o voo. Ele argumentou que planejava a viagem desde setembro e ficou no aeroporto até as 20h do mesmo dia porque tentou comprar uma nova passagem, mas acabou desistindo em razão do preço.
Alfredo falou que tirou as fotos por interesse profissional e assumiu que errou ao usar o veículo para fins particulares. Ele também negou conhecer Gritzbach e ter envolvimento com o crime. A Secretaria da Segurança Pública afirmou à TV Globo que o investigador está afastado das suas funções.