PM é flagrado jogando homem em rio na Zona Sul de SP
Montagem iG - Fotos: Reprodução
PM é flagrado jogando homem em rio na Zona Sul de SP

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo solicitou à Justiça Militar , nesta quarta-feira (4), a prisão preventiva do soldado Luan Felipe Alves Pereira , 29, envolvido na agressão que resultou em um homem arremessado de uma ponte na Vila Clara, Zona Sul da capital paulista, no último domingo (1º). O caso segue sob sigilo.  

Segundo informações da TV Globo , Luan, que integra as Rondas Ostensivas com Apoio de Moto ( Rocam ) no 24º Batalhão de Polícia de Diadema , já foi indiciado por homicídio em 2022, mas o processo foi arquivado em janeiro deste ano. A vítima do episódio atual, identificada como Marcelo, de 25 anos, é entregador e foi resgatada por moradores da região após cair no córrego.

O pedido de prisão de seis páginas, assinado pelo capitão Manoel Flavio de Carvalho Barros, aponta que a atitude do policial foi "errante e inaceitável". O documento inclui imagens de câmeras de segurança que mostram o momento em que Marcelo é jogado da ponte.

Em depoimento, Luan afirmou que pretendia "projetar o homem ao solo" , justificativa rejeitada pelo encarregado do inquérito, que ressaltou a gravidade da conduta. Os crimes imputados ao policial são lesão corporal e violência arbitrária, previstos no Código Penal Militar.  

As imagens do caso viralizaram, gerando indignação. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, condenaram publicamente o ato.

"Um policial militar que ‘atira pelas costas’ ou joga alguém de uma ponte não está à altura de usar a farda", declarou o governador. Derrite reforçou que "anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais".

Outros 12 policiais do mesmo batalhão foram afastados por envolvimento direto ou indireto no episódio. Eles estão sendo investigados e participam de atividades administrativas.

Investigação do MP


O Ministério Público também abriu uma investigação e solicitou à Polícia Civil cópias do boletim de ocorrência e das perícias realizadas. Promotores do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP) recomendaram medidas como a implementação de câmeras corporais e cursos de reciclagem para a tropa.



Em nota, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, classificou as imagens como "estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis". Ele afirmou que o MP está empenhado em "punir exemplarmente os responsáveis".

A Secretaria da Segurança Pública declarou que "repudia veementemente a conduta ilegal adotada" e informou que um inquérito policial militar foi instaurado para apurar os fatos. A Polícia Militar garantiu compromisso com a legalidade e afirmou não tolerar desvios de conduta.

Marcelo, segundo familiares, não tem antecedentes criminais. Seu pai, Antonio Donizete do Amaral, afirmou: "É inadmissível. A polícia está aí para proteger, não para fazer isso. Meu filho é trabalhador e não tem envolvimento com nada".

A investigação segue em curso, com a análise de vídeos e depoimentos para detalhar as circunstâncias da ocorrência.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!