O tenente-coronel Sérgio Cavaliere , envolvido no "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral", afirmou em mensagem obtida pela Polícia Federal que Jair Bolsonaro não assinaria o decreto golpista . Segundo o militar, o motivo seria o receio de que seu destino fosse o mesmo de Pedro Castillo , ex-presidente do Peru, que tentou dissolver o Congresso e acabou destituído e preso . A informação é da coluna do Lauro Jardim, do jornal O GLOBO.
Em áudio gravado em 16 de dezembro de 2022, Cavaliere afirmou:
"E o presidente não vai embarcar sozinho porque pode acontecer o mesmo que no Peru. Ele está com decreto pronto ele assina e aí ninguém vai ele vai preso. Então não vai arriscar".
Cavaliere, que atuou como interlocutor de Mauro Cid, também é apontado pela PF como responsável por espalhar e captar assinaturas de militares para uma carta com teor antidemocrático.
Essa carta foi parte de um movimento que gerou investigações sobre um possível golpe de Estado no Brasil, no qual Bolsonaro, ex-ministros e autoridades do Exército foram indiciados por crimes como a abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Em caso de condenação, o ex-presidente pode enfrentar até 68 anos de prisão, considerando os diferentes processos em que está envolvido. As penas para a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito podem variar de 4 a 12 anos, enquanto a acusação de organização criminosa pode resultar em penas de 3 a 8 anos.
Além do processo relacionado ao golpe, Bolsonaro também foi indiciado por um suposto esquema de fraude no cartão de vacinação, o que pode resultar em até 15 anos de prisão, além de multas. Outro inquérito investiga o desvio de joias do acervo presidencial, com acusações de lavagem de dinheiro e peculato, que podem acarretar penas de até 25 anos.