O governo federal adiou a divulgação da lista final de aprovados no C oncurso Nacional Unificado ( CNU ), conhecido como “ Enem dos concursos ”, prevista para esta quinta-feira (21). O motivo é uma decisão judicial que reintegrou ao processo candidatos eliminados por não completarem a identificação do cartão de respostas. Um novo cronograma será anunciado na mesma data.
Entenda a decisão judicial
Segundo o g1 a Justiça Federal determinou que fossem republicados os resultados do CNU no inicio de novembro, incluindo candidatos eliminados por não preencherem cumulativamente um dos campos de identificação exigidos: a bolinha com o número do gabarito e a frase na capa do caderno.
Conforme a decisão do juiz Adelmar Aires Pimenta da Silva, da 2ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Tocantins, apenas os participantes que não preencheram ambos os campos deveriam ser desclassificados.
O prazo para cumprimento da decisão foi de 10 dias, incluindo a publicação das notas de provas e abertura de novas etapas para envio de títulos e verificação de cotas.
A Fundação Cesgranrio e o Ministério da Gestão, responsáveis pela organização do concurso, afirmaram que os próximos passos seguirão o trâmite legal:
“As próximas ações e orientações serão comunicadas no momento oportuno, respeitando o compromisso com a transparência no processo.”
O adiamento afeta os candidatos que já haviam concluído todas as etapas e aguardavam o resultado final nesta quinta-feira.
Sobre o envio de títulos, um período deverá ser aberto para os cargos que exigem essa etapa. Além da comprovação dos concorrentes que se declararam negros, indígenas e pessoas com deficiência.
O que aconteceu no dia do exame?
No CNU, cada bloco temático contou com diferentes versões de prova, com a mesma lista de questões, mas em ordem diferente. O mecanismo tinha a intenção de um candidato colasse do outro. Os participantes precisavam preencher o cartão resposta pintando a bolinha correspondente ao número do gabarito e transcrever uma frase da capa do caderno.
Apesar dessas orientações estarem descritas na prova, alguns participantes relataram que fiscais informaram que apenas a transcrição da frase seria suficiente.
Logo após a aplicação do exame, a ministra Esther Dweck declarou em coletiva de imprensa que os candidatos que esqueceram de marcar o número do gabarito não seriam eliminados, pois havia outros meios para identificar as provas.
No entanto, no dia seguinte, o governo anunciou a desclassificação de quem não preencheu os dois campos obrigatórios, o que gerou denúncias ao Ministério Público Federal.
Em resposta, a Procuradoria-Geral do Tocantins ingressou com ação civil pública, que resultou na reintegração dos eliminados pela decisão judicial.
Sobre o CNU
O Concurso Nacional Unificado, conhecido como o "Enem dos concursos", é uma iniciativa inédita que unifica seleções para cargos em diferentes órgãos federais. Em sua primeira edição, o CNU registrou 2,1 milhões de inscritos para disputar mais de 6,6 mil vagas.
A convocação dos aprovados ou início do curso de formação está prevista para janeiro de 2025. Após a conclusão dessa etapa, as vagas remanescentes serão preenchidas por candidatos da lista de espera.
A classificação final considera:
- Notas das provas de múltipla escolha e escrita.
- Avaliação de títulos, quando aplicável.
- Preferência de cargos e especialidades indicada no momento da inscrição.