Antônio Vinicius Gritzbach , empresário executado na última sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de Guarulhos , prestou depoimento à Corregedoria da Polícia Civil em setembro, no qual revelou que pagou R$ 10 milhões a policiais civis em troca de sua inocência em um inquérito em que era acusado de duplo homicídio . A informação é da CNN Brasil.
O relato foi feito em um documento em que Gritzbach afirmou que o valor inicialmente exigido pelos policiais foi de R$ 40 milhões e que, em um tom de ameaça, eles lhe disseram que “a cabeça dele” estava avaliada em R$ 3 milhões.
Vinicius Gritzbach era investigado por ter supostamente ordenado o assassinato de dois integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) após descobrir que membros da facção criminosa planejavam matá-lo devido a um prejuízo financeiro de R$ 40 milhões em uma operação de lavagem de dinheiro.
De acordo com investigações realizadas por policiais, Gritzbach havia se envolvido na comercialização de criptomoedas como uma forma de lavar dinheiro, mas a operação resultou em um grande prejuízo, o que o tornou alvo de represálias por parte do grupo criminoso.
O depoimento de Gritzbach foi dado à Corregedoria da Polícia Civil após o Ministério Público de São Paulo ter compartilhado com o órgão partes da colaboração premiada do empresário, na qual ele mencionava envolvimento de policiais civis em suas atividades ilícitas.
O depoimento foi prioritário para a Corregedoria, que considerou que o empresário estava em risco de morte.
Após a denúncia feita no depoimento, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, solicitou o afastamento imediato dos quatro policiais civis mencionados por Gritzbach.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública, que explicou que, apesar da determinação do afastamento, o procedimento administrativo interno da Polícia Civil precisa ser seguido antes que a decisão seja concretizada, o que deve ocorrer nos próximos dias.
Os policiais afastados eram lotados na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) durante a gestão de Rui Ferraz Pontes, delegado-geral da Polícia Civil entre 2019 e 2022. O afastamento desses policiais civis ocorre em meio a um inquérito mais amplo que envolve a possível relação entre membros da Polícia Civil e facções criminosas, como o PCC.