O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico realiza, nesta quinta-feira (19), no Rio de Janeiro , uma reunião extraordinária para apresentar um plano de contingência que evite apagões e garanta a segurança no fornecimento de energia elétrica no Brasil até 2026.
O país passa pela pior seca dos últimos 94 anos e, com o aumento do calor, deve enfrentar picos mais altos de consumo.
O comitê é formado pelas principais autoridades do setor: ministro e secretários do Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Empresa de Pesquisa Energética, entre outros.
Avaliação da volta do horário de verão
O governo federal anunciou, na última semana, que avaliava a volta do horário de verão . O objetivo seria economizar energia e otimizar a geração pelas fontes solar e eólica, diminuindo a dependência de usinas hidrelétricas em horário de pico.
Os períodos de seca e temperaturas elevadas no Brasil têm impactado significativamente o setor das usinas hidrelétricas, que são praticamente metade de toda a energia gerada no país.
Fortes secas e insuficiência energética
A usina Santo Antônio, localizada em Rondônia, paralisou parte de suas unidades geradoras no início de setembro em razão da falta de água no rio. Uma das formas de compensar a perda da energia gerada pelas hidrelétricas seria por meio das usinas eólicas e solares, que hoje representam 15% e 7,5% da produção nacional, respectivamente.
Atualmente, em horários de pico da demanda de energia, entre 18h e 19h, essas fontes de energia enfrentam desafios: não há geração de energia solar e a produção eólica perde eficiência.
Conta de luz mais cara
A combinação de insuficiência das três principais fontes pode complicar a geração de energia nacional. A demanda energética entre os dias 1º e 8 de setembro, por exemplo, superou em 13% a carga média de megawatts registrada durante a última crise hídrica em 2021.
Com as fontes escassas ou ineficientes, as operadoras acionam as usinas termoelétricas, deixando a conta de energia na bandeira vermelha, a mais cara. É nesse cenário que a volta do horário de verão é colocada como alternativa para aliviar a pressão sobre o sistema.
Horário de verão como solução?
Adiantar o relógio em uma hora gera uma redução da demanda de energia entre 18h e 19h e possibilita que as usinas eólicas e solares funcionem bem. No entanto, a efetividade dessa iniciativa é questionável: hoje, o pico de demanda não se concentra somente no final da tarde.
Por causa das altas temperaturas, o uso de energia para ar-condicionado e ventiladores, por exemplo, é frequente durante todo o dia. Essa foi a justificativa utilizada pelo governo de Jair Bolsonaro em 2019 para extinguir o horário de verão.
Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, qualquer medida para poupar o setor energético durante a grande estiagem deve ser avaliada. “Quando há qualquer possibilidade que aponte um caminho de uma solução para a modicidade tarifária e para a segurança do setor, é importante ser avaliada. Então, nós estamos na fase de avaliação da necessidade ou não de horário de verão”, disse.
Silveira também afirma que o horário de verão também impulsiona setores econômicos como turismo e comércio de bares e restaurantes, que têm um aumento da atividade no período dos dias mais longos.
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