O ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, está destroçado e sem forças, conforme relatos de amigos nas áreas acadêmica, jurídica e política. Demitido pelo presidente Lula na sexta-feira (6) , Almeida tem recebido apoio de pessoas próximas, que estão preocupadas com as possíveis consequências para sua vida pessoal e profissional. A informação é da colunista da Folha de São Paulo, Mônica Bérgamo.
Durante a conversa com o presidente, Almeida chorou e demonstrou grande tristeza também em diálogos privados com seus interlocutores. Apesar de sua angústia, ele continua a negar veementemente as acusações de assédio sexual, incluindo as que envolvem a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A demissão, que pode ter impactos significativos além da perda do cargo, é vista por seus amigos como um potencial precursor de problemas mais graves, incluindo o risco de depressão. A reputação de Almeida na área de direitos humanos está profundamente abalada, e há incerteza sobre a possibilidade de recuperação e sobre seus planos futuros, como uma possível carreira política.
Formado em Direito pela Universidade Mackenzie e em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), Silvio Almeida é conhecido por seu trabalho como professor universitário, advogado e filósofo. Ele se destacou como um dos principais especialistas em racismo no Brasil, com vários livros publicados e palestras proferidas sobre o tema.
A reação de colegas de profissão e amigos se divide em relação às denúncias. Alguns acreditam nas acusações e lamentam que Almeida tenha cometido um erro tão grave, que pode ter também consequências penais. Outros têm dúvidas e buscam mais informações antes de formar uma conclusão, enquanto há também quem não acredita na responsabilidade de Almeida, considerando-o uma vítima de racismo e complô.
Advogados que conhecem Silvio Almeida consideram que, independentemente de sua culpabilidade, ele está sendo alvo de um linchamento e não está tendo a oportunidade adequada de se defender. Eles argumentam que, mesmo em casos graves como o de assédio sexual, os preceitos constitucionais de ampla defesa devem ser respeitados, o que, segundo eles, não está sendo observado neste caso.
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