Alexandre de Moraes
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Alexandre de Moraes


Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão atentos ao possível envolvimento de Eduardo Tagliaferro no vazamento de mensagens que teriam saído diretamente do gabinete de Alexandre de Moraes . Tagliaferro, que foi um dos principais nomes na assessoria especial de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , teria papel central nas comunicações que, segundo alegações, revelam o uso do órgão de maneira atípica em investigações contra apoiadores de Bolsonaro no STF.

A trajetória de Tagliaferro no TSE começou em 16 de agosto de 2022, quando assumiu a função de chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação. No entanto, seu envolvimento em um caso de violência doméstica e disparo de arma de fogo, ocorrido em maio de 2023 na cidade de Caieiras, São Paulo, trouxe à tona novos desdobramentos. Na ocasião, seu celular foi apreendido, o que agora levanta suspeitas de que ele teria sido a fonte das mensagens comprometedoras que chegaram ao público.

Essa sequência de eventos coloca Tagliaferro no centro de uma possível quebra de confidencialidade dentro do gabinete de Moraes e desperta preocupação entre os ministros do STF.

Fora do rito

Uma reportagem da "Folha de S. Paulo" revela que o gabinete do ministro do STF, Alexandre de Moraes, utilizou mensagens informais para instruir a Justiça Eleitoral a produzir relatórios que embasassem decisões no inquérito das fake news. Os relatórios focavam em bolsonaristas que postaram ataques à lisura das eleições de 2022 e incitaram militares contra o resultado.

A "Folha" obteve mais de 6 GB de mensagens trocadas via WhatsApp entre auxiliares de Moraes, entre agosto de 2022 e maio de 2023. Essas comunicações teriam sido usadas para solicitar relatórios específicos contra aliados de Bolsonaro, enviados do TSE para o STF.

O gabinete do ministro respondeu afirmando que "todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF." Segundo a nota, "os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais".

Um exemplo destacado foi o caso do jornalista Rodrigo Constantino e do ex-apresentador da Jovem Pan, Paulo Figueiredo. A reportagem cita mensagens nas quais o assessor de Moraes, Airton Vieira, pediu informalmente a produção de relatórios sobre publicações desses aliados de Bolsonaro.

A "Folha" relata que, após ajustes solicitados pelo ministro, esses relatórios foram usados para embasar decisões como bloqueio de redes sociais, cancelamento de passaportes e intimações para depoimentos à Polícia Federal.

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