Em 4 de agosto, a jovem Vitória da Conceição Pereira, de 23 anos, sofreu uma grave intoxicação após consumir um milkshake adulterado com chumbinho em Maricá, Rio de Janeiro. A perícia realizada pelo ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) da Polícia Civil confirmou a presença da substância no produto.
O relatório pericial detalha que “os materiais do gênero alimentício (vestígios de milk shake e batata frita) apresentam-se ALTERADOS, pois se encontram em estado de decomposição e com odor alterado. Além disso, o material do gênero alimentício vestígios de milk shake encontra-se ADULTERADO, devido à detecção da substância TERBUFÓS”.
O laudo acrescenta que a substância Terbufós, um tipo de chumbinho , é particularmente nociva. Ela atua farmalogicamente como inibidora da enzima acetilcolinesterase e pode ser absorvida pelo organismo através da pele e mucosas.
O documento ressalta que a intoxicação pode variar conforme a dose ingerida e pode resultar em sintomas graves, incluindo vômitos, sudorese, bradicardia, cólicas abdominais, espasmos musculares, convulsões, coma e até morte .
“Não possui registro na Anvisa, nem em nenhum outro órgão do governo. Em geral, o denominado ‘chumbinho’ trata-se de venenos agrícolas (agrotóxicos), de uso exclusivo na lavoura como inseticida, acaricida ou nematicida, desviado do campo para os grandes centros para serem indevidamente utilizados como raticidas”, esclarece a parte final do documento.
A investigação continua para identificar como o veneno foi adicionado ao milkshake e para responsabilizar os envolvidos.
Chumbinho
O chumbinho, conhecido quimicamente como fosfeto de zinco, é um veneno amplamente utilizado para controle de pragas em armazenagem de grãos. Contudo, sua utilização apresenta sérios riscos para a saúde humana e para o meio ambiente.
O principal perigo do chumbinho reside em sua alta toxicidade, que pode levar a envenenamento grave e até à morte se ingerido, inalado ou em contato com a pele. Os sintomas de intoxicação incluem náuseas, vômitos, dores abdominais e dificuldades respiratórias, podendo evoluir rapidamente para insuficiência respiratória e choque.
Além do risco direto para a saúde, o uso inadequado ou acidental do chumbinho pode causar contaminação ambiental. Quando liberado no solo ou na água, pode afetar a fauna e a flora local, comprometendo a biodiversidade e a qualidade dos recursos naturais.
Portanto, é importante que o manejo do chumbinho seja realizado com extrema cautela, seguindo rigorosamente as orientações de segurança e evitando sua aplicação em áreas onde há possibilidade de contato humano.
O uso de alternativas mais seguras e sustentáveis para o controle de pragas pode ajudar a mitigar esses perigos e proteger tanto a saúde pública quanto o meio ambiente.
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