*Com informações de Pedro Lopes
Nesta segunda-feira (12), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos ( Cenipa ) voltou ao local do acidente aéreo em Vinhedo, no interior de São Paulo, para realizar uma nova perícia .
A operação foi solicitada por uma empresa francesa ligada ao fabricante do avião modelo ATR-72-500 da Voepass , que caiu na última sexta-feira (9), resultando na morte de todos os 61 ocupantes. A tragédia é considerada o pior acidente aéreo em solo brasileiro desde 2007.
O retorno do Cenipa ao local interrompeu os planos de remoção dos pertences pessoais das vítimas, que estavam programados para iniciar na manhã desta segunda. O diretor da Defesa Civil de Vinhedo, Maurício Barone, explicou a situação.
"Agora o cenário está a favor da empresa, a dona do avião, e eles iam começar a liberar a parte de material das vítimas. Porém, o pessoal do Cenipa voltou e pediu para fazer uma revistoria no local, por indicação da empresa da França, que pediu para recolher outro componente do avião”, declarou.
Essa nova perícia foi determinada após a análise dos dados preliminares recolhidos na primeira inspeção. De acordo com Barone, o trabalho da equipe de investigação é meticuloso e requer tempo, pois os técnicos estão "montando um quebra-cabeça".
"Conforme a leitura que eles vão fazendo, percebem que alguma peça pode ter ficado para trás e retornam ao local para procurá-la", acrescentou o diretor.
Além do Cenipa, a operação conta com a participação da Polícia Científica e do Corpo de Bombeiros. Durante as escavações, foi encontrado material genético, o que levou à imediata paralisação dos trabalhos para que a Polícia Científica pudesse recolher os vestígios.
"Toda vez que eles forem mexer no cenário e perceberem algum material genético, a Polícia Científica para, recolhe e retoma o trabalho", explicou Barone.
Operação de remoção dos destroços em Vinhedo
A operação de remoção dos destroços da aeronave é de responsabilidade da Voepass, conforme informado pelo Cenipa. A empresa aérea, junto com a seguradora, também assumirá a remoção dos pertences pessoais das vítimas, um trabalho descrito por Barone como "minucioso" e que "requer uma equipe especializada".
O diretor da Defesa Civil destacou que a empresa e a seguradora estão seguindo um "critério técnico e legal" para garantir que cada família receba os pertences dos seus entes queridos.
As casas próximas ao local do acidente continuam parcialmente interditadas até que uma vistoria completa seja realizada pela Defesa Civil e pela Secretaria de Obras. A casa mais atingida pelo impacto do avião teve sua garagem destruída, juntamente com dois veículos.
Embora as outras residências no entorno tenham sido afetadas, a interdição é, por enquanto, parcial, e as famílias estão sendo orientadas a não permanecerem nas casas até que a vistoria seja concluída.
Barone mencionou que as operações não têm uma previsão exata para serem concluídas, mas que todos os esforços estão sendo feitos para liberar o local o mais rápido possível.
O acidente ocorreu quando o voo 2283, que partiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, caiu sobre um condomínio de casas em Vinhedo, ao lado de uma residência que tinha três pessoas dentro. Elas não foram feridas.
Investigação
A Polícia Civil de Vinhedo , no interior de São Paulo, abriu um inquérito para investigar a queda do avião da Voepass. A informação foi divulgada pelo governo de São Paulo, em um boletim.
Ainda, segundo o comunicado, a Secretaria da Administração Penitenciária está atuando para preservar o local do acidente, utilizando equipamentos antidrones comandados por agentes penitenciários da região de Campinas.
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