A defesa da médica Cláudia Soares Alves, de 42 anos, suspeita de sequestrar uma recém-nascida em um hospital de Uberlândia (MG) , diz que ela está grávida, porém, segundo a Polícia Civil de Goiás, a informação é falsa.
A médica foi presa em Itumbiara, no sul de Goiânia, na quarta-feira (24). A recém-nascida sequestrada foi devolvida à família.
“Ela (a médica) está fazendo exames, porque está com sangramentos, uma suspeita de que está abortando”, disse o advogado Vladimir Rezende ao g1.
No entanto, Cláudia passou por exame de corpo de delito no Hospital Municipal Modesto de Carvalho, em Itumbiara, onde foi descartado a gravidez. O sangramento, segundo o delegado Anderson Pelágio, era apenas de uma menstruação.
"Quando ela foi submetida ao exame de corpo de delito, o médico que a avaliou descartou a gravidez, porque ela alegou que estava com um corrimento (sangramento), mas aparentemente trataria de uma menstruação dela. Agora, claro que existem exames mais precisos. Caso a defesa queira comprovar isso nos autos, já fica o ônus processual deles", afirmou o delegado
Claudia ficou conhecida por sequestrar um bebê no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), em Minas Gerais. Formada em medicina no Estado, tem registro no Conselho Federal de Medicina e atende como neurologista, além de dar aulas em duas universidades.
Segundo a defesa da médica, a tentativa de sequestro de uma bebê foi devido a um surto psicológico.
Cláudia perdeu a mãe há alguns meses e, desde então, faz tratamento psiquiátrico e toma remédios controlados. A troca dos remédios teria levado ao ato.
"Com a alteração dos medicamentos, ela deu um surto, um surto psicótico. Tem um laudo clínico relatando toda a situação dela. Nossa defesa vai ser essa, porque realmente é o que aconteceu", disse o advogado.
O sequestro
De acordo com a Polícia Militar, a mulher se identificou como pediatra, entrou na maternidade e pegou a bebê, que tinha apenas três horas de nascida. Ela chegou ao hospital trajada como profissional de saúde e com uma máscara cobrindo o rosto até a sua saída, com a criança dentro de uma mochilha. Em seguida, a médica entrou num carro vermelho e fugiu.
O pai, o motorista Édson Ferreira, contou como foi o sequestro: “Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, disse ele ao g1.
Nota da HC-UFU
O HC-UFU informa que por volta da meia-noite uma mulher trajada como profissional de saúde, portando crachá da Universidade, entrou na maternidade e evadiu com um bebê recém-nascido do sexo feminino.
Poucos instantes após o fato, a equipe do hospital acionou a Polícia Militar de Uberlândia e cedeu as imagens das câmeras de segurança requisitadas pela corporação.
O HC já iniciou apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações. A instituição está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso.
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