Bruno em foto com a mãe, Márcia Lanzane, e imagem do momento da prisão em BH
Reprodução/redes sociais
Bruno em foto com a mãe, Márcia Lanzane, e imagem do momento da prisão em BH

A tia de Bruno Eustáquio, que foi preso nesta segunda-feira (8) em Belo Horizonte (MG) após três anos foragido por matar a própria mãe, comemorou a prisão dele nas redes sociais.

No texto, a irmã de Márcia Lanzane ressalta que o sobrinho cometeu o homicídio no mesmo dia do aniversário dela - em 21 de dezembro de 2020 - e, agora, será preso próximo ao aniversário dele, que é em 22 de julho.

"Sua hora chegou desgraçado, falei que iam te pegar. O presente que você me deu no dia do meu aniversário estou te devolvendo hoje, como presente adiantado. Pessoal conseguimos prender o Bruno em Belo Horizonte, valeu a pena cada km rodado. Justiça por Márcia Lanzane", diz o texto de Mariusa de Quadra.

A suspeita da investigação é de que o crime ocorreu por interesse na herança da família. Imagens de câmeras de segurança mostram Márcia e Bruno em uma luta corporal na casa da família em Guarujá, no litoral paulista.

Nos vídeos, é possível ver que o filho enforca a própria mãe e, em seguida, começa a dar socos nela. Quando Márcia para de reagir, Bruno a deixa no quarto e vai assistir televisão.

Bruno só acionou a polícia no dia seguinte. Ele afirma para os agentes que encontrou a mãe morta.

Mariusa e Minervina, outra irmã dela e de Márcia, foram para Belo Horizonte "com a cara e coragem" quando viram, via imagens do TikTok da namorada de Bruno, que ele estava na capital mineira.

Em BH, a dupla de irmãs descobriu que Bruno se apresentava como Felipe. Após muita pesquisa, descobriram onde ele morava com a companheira. Com uma cópia do mandado de prisão do sobrinho, Minervina e Mariusa acionaram a polícia para prendê-lo.

"Eles (policiais) falaram para a gente que iram ficar de campana. A gente ficou na rua debaixo e eles na de cima. A gente viu [o Bruno] e começou a buzinar para os policiais, que o abordaram", afirmou Minervina ao G1.

Minervina afirma que Bruno tentou fugir quando as viu descendo do carro, mas foi detido pelos policiais.

"A gente fez o que achou que era certo. Ele tem que ficar na cadeia porque trazer ela de volta a gente não consegue, infelizmente. Valeu a pena e nós faríamos tudo de novo", afirmam as irmãs da vítima, que querem que o sobrinho tenha a pena máxima de condenação.

Júri popular

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) diz que Bruno não pode aguardar o julgamento em liberdade e, com isso, deve ser levado ao tribunal do júri.

"Trata-se de crime extremamente grave e o réu não demonstra que pretende cooperar para a aplicação da lei penal. Logo, fica mantida a decisão que decretou a prisão preventiva do acusado", afirmou a juíza Denise Gomes Bezerra Mota, da 1ª Vara Criminal de Guarujá.

Na época do crime, o advogado de Bruno, Anderson Real Soares, alegou que o laudo necroscópico apresenta contradições e informações incompletas, e que não há provas de que a motivação do crime seria a herança.

O advogado afirma que houve cerceamento de defesa, ou seja, quando as provas constatadas no processo não são suficientes para o julgamento.

"Provas produzidas unilateralmente pelos órgãos da acusação penal não servem para o processo penal e não podem basear condenações, muito menos suposições e teorias colocadas pela acusação", afirmou Anderson.

O TJ-SP, no entanto, rejeitou a alegação da defesa e manteve a determinação de que Bruno deve ser levado ao júri.

Outra alegação da defesa é de que o acusado não deve ser julgado por feminicídio, pois não há elementos de que a motivação estava relacionada a vítima ser uma mulher.

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