Pastor da igreja Bola de Neve, Rinaldo Seixas
Reprodução: Instagram
Pastor da igreja Bola de Neve, Rinaldo Seixas

Afastado de suas atividades como pastor após denúncias de importunação sexual contra uma ex-funcionária , o fundador e líder da Igreja Bola de Neve , Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, conhecido como Rina, foi acusado pelo enteado de cometer uma série de abusos contra ele e a mãe, Denise Seixas.

Nathan Gouvêa contou, em entrevista ao Portal Uol, que tinha seis anos quando a mãe se casou com Rina. Desde então, os dois criaram uma relação de "pai e filho" marcada por condutas agressivas e humilhantes do líder religioso.

"Não enxergava algumas coisas que ele já fazia comigo como ruins, mas, na verdade, como uma coisa que um pai deve fazer. Tinha 7 anos, estávamos eu e um amigo na casa de praia dançando aquela música 'Olha a Onda'. Ele viu e ficou extremamente irritado, me bateu e deixou, eu e meu amigo, pelados numa sacada. Dava para todo mundo ver. Ficamos assim por horas", relatou.

O episódio de humilhação se repetiu depois. "Era bem novinho, coisa de uns 8 anos. Morávamos em um apartamento todo de vidro, no terceiro andar e, mais uma vez, ele me deixou de castigo, pelado", contou Gouvêa.

Em outra ocasião, o enteado conta que Rina o chutou várias vezes na cabeça por um jogo de videogame.

"Me chamava para jogar videogame. Uma vez, coloquei um CD úmido e o jogo não rodava. Para cada vez que eu tentava fazer o jogo funcionar e não dava certo, ele me dava um chute na cabeça", disse.

Segundo Gouvêa, a pouca idade não o impedia de perceber os abusos psicológicos do pastor contra Denise e que, a medida que envelhecia, notava sinais de agressões físicas contra ela.

"Eu só via os abusos psicológicos. Eu não via o que estava debaixo do meu nariz. Éramos dois serviçais em casa, eu e minha mãe. Ele jamais se levantava do sofá para fazer qualquer coisa, começava a gritar quando queria algo e ficavam os dois apavorados. Agressão verbal e tratamento desmedido eram frequentes. Nunca vi ele agredindo [fisicamente] a minha mãe, mas via uns roxos meio estranhos no braço dela", relatou.

Foi só em 2022 que Denise falou pela primeira vez sobre as agressões que sofria do marido. Um ano depois, o pastor soube que a mulher pensava em pedir divórcio. Segundo Gouvêa, Rina usou de sua influência para descredibilizar a esposa.

"Pra gente, era muito claro que ele ia interná-la. Foi por isso que publiquei um vídeo de uma discussão entre eles, para provar que a situação estava muito ruim. Lá, no vídeo, ele fala que ela está louca, que ele não queria mais ficar com ela", conta o enteado.

Após a repercussão do vídeo, Denise veio a público nas redes sociais para afirmar que estava bem. No entanto, em junho deste ano, ela pediu medida protetiva contra o pastor e saiu de casa.

O que diz o pastor

A assessoria de Rinaldo negou as acusações via nota.

Em um trecho, o pastor diz que "Nathan saiu de casa há dez anos. Não tem a mínima ideia do que vivemos. Tudo o que eu sempre quis foi vê-la [Denise] com saúde física, mental e emocional. Isso incluiu todo o cuidado com acompanhamento profissional, porém, em nenhuma hipótese, uma internação em clínica psiquiátrica. Essa foi só uma difamação para colocá-la contra mim".

"O apóstolo Rinaldo Seixas nega categoricamente as falsas afirmações apontadas pelo enteado. Tem confiança de que todas as denúncias se mostrarão infundadas após as investigações e apreciação pelo Ministério Público e Poder Judiciário", afirma o comunicado, em outro trecho.

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