José Aldanísio e Regina Jorge
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José Aldanísio e Regina Jorge

José Aldanísio e Regina Jorge , acusados de desviar doações destinadas ao Rio Grande do Sul, foram detidos sob a suspeita de empregar aproximadamente dez documentos falsificados e criar 235 chaves Pix distintas para executar a fraude.

Segundo informações do delegado Pedro Viana, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul, o casal admitiu a prática do crime e está agendado para passar por uma audiência de custódia nesta sexta-feira (14). Prevê-se que ambos permaneçam detidos no Ceará.

"Eles possuíam contra eles um mandado de prisão oriundo da Justiça do estado do Rio Grande do Sul. No ato do cumprimento da busca, foram encontrados, salvo engano, dez documentos falsos e uma diversidade de cartões bancários desses bancos digitais que eles criaram a partir desses documentos falsos. Eles foram autuados em flagrante por uso de documento falso", explicou Viana.

O ator e a influenciadora, os dois com 50 anos, foram presos nesta quinta-feira (13) em Fortaleza acusados de aplicar golpes com chaves Pix falsas que desviavam doações destinadas às vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul.

"Esse casal se utilizava de documentos falsos em nome de um casal verdadeiro aqui do Ceará, tem um casal de idosos aqui de Fortaleza também. Eles pegavam os documentos verdadeiros desse casal e colocavam ali as fotos deles, a partir daí constituíram documento falso e a partir desse documento falso criavam contas em bancos, normalmente bancos digitais e a partir dessas contas bancárias criadas com documentos falsos criavam essas chaves PIX", disse o delegado de Crimes Informáticos e Defraudações do Rio Grande do Sul, João Vitor Heredia.

De acordo com as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, José Aldanísio e Regina Jorge foram responsáveis pela criação de 235 chaves Pix diferentes para defraudar várias campanhas de arrecadação de doações. Durante o mês de maio, os suspeitos estabeleceram chaves novas de forma diária.

As autoridades policiais informaram que José se apresenta como comediante e se descreve como "recitador, interessado em cinema e TV", enquanto Regina afirma ser atriz, apresentadora e influenciadora.

Segundo relatos da polícia, o casal justificou suas ações alegando enfrentar dificuldades financeiras.

"Eles já nos adiantaram, ali no primeiro momento, que estavam em dificuldades financeiras, precisavam de dinheiro. Então algumas coisas que nos inferem que, de fato, eles praticaram esse crime para fins de arrecadar dinheiro", falou o delegado.

Além de serem alvos de mandados de prisão, os suspeitos também foram detidos em flagrante por falsificação de documentos. Durante as diligências realizadas na residência do casal, as autoridades encontraram uma série de documentos falsificados utilizados para abrir contas bancárias, as quais foram usadas para cometer os crimes de estelionato virtual.

De acordo com as investigações policiais, o modus operandi do casal era o seguinte:

- Eles criavam contas bancárias utilizando documentos falsos.
- Em seguida, buscavam nas redes sociais campanhas legítimas de arrecadação de fundos para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
- Utilizando as contas falsas, eles criavam centenas de chaves Pix.
- Posteriormente, divulgavam campanhas de doações reais, porém alteravam a chave Pix para que o dinheiro fosse direcionado para suas próprias contas.

Normalmente, os suspeitos alteravam apenas um dígito da chave verdadeira, induzindo os doadores ao erro e desviando os valores das contribuições quando as vítimas cometiam equívocos em algum dos dígitos.

Dentre as campanhas lesadas pelo casal, destacam-se aquelas promovidas pelas influenciadoras digitais Paola Saldívia e Deise Falci. Os golpistas modificaram apenas um dígito das chaves, visando enganar os possíveis doadores bem-intencionados.

As duas influenciadoras, que buscavam arrecadar recursos para auxiliar no cuidado de animais resgatados das enchentes, perceberam que diversos seguidores relataram que o destinatário das doações não correspondia ao anunciado na campanha. Diante disso, a polícia iniciou uma investigação sobre o caso.

"Em duas campanhas em específico, de duas influenciadoras digitais muito grandes do Rio Grande do Sul, começou a ter muito relato de que esses valores de doação não estavam indo para as beneficiárias que estavam contribuindo. Então, a partir daí, chamou nossa atenção, iniciamos as investigações e com o avanço delas ali através de meios tecnológicos, conseguimos chegar a ter esse casal aqui no Ceará", falou o delegado João Vitor Heredia.

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