A ex-cunhada de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do boi Garantido que foi encontrada morta em Manaus , se tornou dependente química e foi resgatada de cárcere privado durante o relacionamento com o irmão dela, Ademar Cardoso.
Em entrevista à Rede Amazônica, o homem disse que a filha, de 27 anos, sucumbiu ao vício enquanto namorava Ademar - que está preso e é investigado por estuprar e causar o aborto de outra mulher.
Segundo o pai da vítima, ela teria sido mantida em cárcere privado pelo então companheiro durante o auge do consumo deles da cetamina.
O homem, que não teve a identidade revelada, contou que a família foi alertada pela diarista que trabalhava na casa dos Cardoso sobre a situação da jovem. Com isso, ele e a esposa acionaram a polícia para o resgate da filha, que foi encontrada em situação degradante.
"A patrulha se deslocou e o chefe da patrulha bateu na casa. Eles não queriam atender. Em conversas, o chefe da patrulha disse que se a mãe não pudesse falar, caracterizava o cárcere privado e depois do alerta alguém abriu a porta", contou.
O pai lembra que Ademar saiu da casa primeiro, e depois a filha "veio toda drogada, sem condições, quase de andar. Saiu atrás do menino, cambaleando. Aí a patrulha pegou, jogou na viatura, chamou o Samu, levaram pro hospital Platão Araújo."
"Ela ficava anestesiada, ficava fora de si. Não sabia quem era", disse o pai da jovem, que é mãe de duas crianças.
A ex-cunhada de Djidja precisou tratar a dependência química em uma clínica de reabilitação. O pai dela contou, também, que o filho mais velho da jovem chegou a presenciar a mãe sob o efeito de drogas e que, por conta disso, "se tornou um menino nervoso e ansioso".
"O menino de 4 anos sofre muito com a falta de atenção da mãe. Até em ver o estado da mãe, ele percebe. Ele já teve a ausência dela nos tratamentos anteriores. Ele está fazendo tratamento psicológico por causa disso", contou.
Hoje, as duas crianças estão sob os cuidados dos avós, uma vez que a mãe ainda está em tratamento contra a dependência química.
"Ela não reconhece que é dependente, ainda não chegou nesse estágio. Não sei nem se vai chegar no estágio de reconhecer, porque às vezes as pessoas acabam morrendo. Espero que os fatos que aconteceram recentemente seja motivo para ela se tocar e tomar uma atitude na vida dela. Filha única. É triste, resumindo, é muito triste. É um sentimento de fracasso", finalizou.
Entenda o caso
Dilemar Cardoso Carlos da Silva, conhecida como Djidja, foi encontrada morta na casa onde morava na Zona Norte de Manaus, na última terça-feira (28), aos 32 anos.
Dois dias depois, a mãe e o irmão da ex-sinhazinha foram presos suspeitos de associação para o tráfico, venda de drogas e estupro. Além da dupla, outros três funcionários da família também foram detidos, sob suspeita de integrarem um grupo religioso que forçava o uso da cetamina em rituais.
Cleomar Cardoso, tia de Djidja, acusou a mãe e os funcionários do salão gerenciado pela influenciadora de negar socorro à vítima e incentivar o suposto vício em drogas.
"A Djidja morreu por omissão de socorro por parte da mãe dela e da turma do Belle Femme de Manaus. A casa dela na cidade nova se tornou uma Cracolândia. Toda vez que tentávamos internar a Djidja, éramos impedidos pela mãe e pela quadrilha de alguns funcionários que fazem parte do esquema deles", disse Cleomar em uma publicação no Facebook.
"A mãe dela sempre dizia para nós não interferirmos na vida deles e que ela sabia o que estava fazendo, ficamos de mãos atadas. E está do mesmo jeito lá, todos se drogando na casa dela", acrescentou.
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