
Os pais do menino Jonatas, que tinha Atrofia Muscular Espinhal (AME), se apropriaram de mais de R$ 3 milhões arrecadados em uma campanha para tratar a doença de seu filho e foram presos pela Polícia Civil de Santa Catarina, na quarta-feira (22) . Renato e Aline Openkoski foram condenados por estelionato e apropriação de bens.
Tudo começou em 2017, com a campanha para arrecadar dinheiro para comprar um remédio para o filho. Veja a cronologia:
Campanha
Renato e Aline criaram a campanha "AME Jonatas" em 2017, com o objetivo de arrecadar dinheiro para o tratamento da criança. Com repercussão nacional, eles arrecadaram cerca de R$ 3 milhões.
Denúncia
Em janeiro de 2018, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu que a Justiça bloqueasse os bens de Renato e Aline por suspeita de que o dinheiro da campanha teria sido usado para comprar bens de luxo.
A família, que mora em Joinville, teve bloqueado os R$ 3 milhões arrecadados e um veículo de R$ 140 mil.
Em fevereiro daquele ano, a Polícia Civil de Santa Catarina iniciou a investigação contra o casal por suspeita de apropriação indébita.
Naquele ano, o MP declarou que o casal teria passado o réveillon em Fernando de Noronha e comprado um veículo de R$ 140 mil.
Em março, a Polícia Civil foi até a casa de Renato e Aline e apreenderam o carro de R$ 140 mil, alianças de R$ 7 mil e outros objetos.
Em outubro de 2018, o casal foi denunciado pelo MPSC por estelionato e apropriação de parte do dinheiro arrecadado para o tratamento de Jonatas. Segundo o órgão, eles se apropriaram de R$ 201.150 mil da campanha.
O Ministério Público revelou que eles haviam comprado o carro de R$ 140 mil com o dinheiro da campanha, além da viagem para Noronha, que custou totalizou R$ 7.883,12.
No mesmo mês a Justiça de Joinville acatou a denúncia do Ministério Público contra Renato e Aline e eles se tornaram réus.
Condenação
Em janeiro de 2022, o pequeno Jonatas, que era diagnosticado com uma doença degenerativa, morreu após ter uma parada cardíaca.
Em outubro daquele ano, os pais do menino foram condenados pela Justiça por estelionato e apropriação de bens. Renato e Aline foram acusados de usar parte dos R$ 3 milhões levantados na campanha para adquirir bens de luxo.
O casal recorreu em liberdade, visto que a Justiça afirmou que não havia necessidade de prisão preventiva.
Prisão
Em 25 de março deste ano, Renato e Aline tiveram os mandados de prisão expedidos. Eles ficaram foragidos até a última quarta-feira (22), quando foram encontrados escondidos em um imóvel no Morro do Meio, em Joinville.
Renato foi condenado a 38 anos, 2 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, por estelionato e por apropriação de bens de pessoa com deficiência por 18 vezes. Ele também recebeu multa.
Aline foi condenada a 22 anos, 7 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, além de multa, por estelionato e apropriação de bens de pessoa com deficiência por nove vezes.
Defesa do casal
Segundo o advogado Emanuel Stopassola, foi dada a entrada em uma medida judicial na quinta-feira (23).
"Foi efetuado o pedido de relaxamento de prisão para obtenção de liberdade provisória. O fundamento, em tese, seria, no caso da mãe das crianças, ter outros filhos, fora o Jonatas, que, infelizmente por um infortúnio, veio a falecer. E também primário, bons antecedentes, com endereço e trabalhos fixos quanto ao outro corréu", disse o advogado, segundo o g1.
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