Adolescente planejou a morte dos pais e da irmã em uma noite
Reproducao: Facebook
Adolescente planejou a morte dos pais e da irmã em uma noite

adolescente de 16 anos que confessou à Polícia Civil ter assassinado seu pai, sua mãe e sua irmã , em sua residência na Zona Oeste de São Paulo, terá que passar por testes psicólógicos, segundo o delegado do caso. O fato de o jovem ter relatado os crimes à polícia de forma tranquila chamou a atenção das autoridades, que agora sugerem que ele não esteja em posse de suas faculdades mentais.

"O estado anímico dele, quando foi efetivamente entrevistado, num primeiro momento, ele estava tranquilo. Então, ele acabou confessando o que houve. O remorso é uma questão bastante difícil de a gente estabelecer aqui. É difícil a gente imaginar que você matou os pais e teve tranquilidade para poder falar sobre isso aí. É um caso que sempre choca", afirmou o delegado Roberto Afonso, responsável pela investigação, ao portal g1.

Segundo o delegado, o adolescente passará por exame para atestar sanidade mental.

"É preciso fazer um exame de rigidez mental? Sem dúvida. Para saber se o garoto estava em sã consciência porque nós também utilizamos o critério biológico para o menor de idade. Leva-se em consideração o momento mental do adolescente, isso tudo tem que ser analisado, sem dúvida, com muita seriedade. O Ministério Público fará isso e vamos aguardar o laudo".

E complementou: "A solicitação do exame de rigidez é um incidente que a polícia pode até provocar. Não tem a necessidade de esperar os três anos de internação dele na Fundação Casa. Pode-se fazer o quanto antes, para saber o que podemos estipular com relação à penalização ou não de um adolescente que sofre de alguma coisa".

A investigação do caso está em andamento para entender os motivos por trás do assassinato. A polícia apreendeu os celulares do pai, da mãe e da irmã, além do aparelho do garoto e seu computador. Vizinhos, amigos e familiares devem ser ouvidos nos próximos dias. A investigação apura se o adolescente agiu sozinho.

Os corpos das vítimas, identificadas como Isac Tavares Santos, de 57 anos, Solange Aparecida Gomes, de 50 anos, e Letícia Gomes Santos, de 16 anos, foram encontrados após o adolescente ligar para a polícia e admitir o crime na noite do último domingo (19).

O caso

Segundo informações do boletim de ocorrência, um adolescente entrou em contato com a Polícia Militar na noite do último domingo, confessando ter matado membros de sua família utilizando a arma de fogo do pai, uma pistola 9 milímetros, e expressando o desejo de se entregar.

Os policiais prontamente se dirigiram à residência da família, situada na Rua Raimundo Nonato de Sá, onde encontraram o adolescente. Ele relatou ter cometido o crime na sexta-feira anterior (17), motivado pela ira em relação aos pais, os quais confiscaram seu celular.

Conforme seu depoimento à polícia, o adolescente primeiro utilizou a arma de fogo do pai, um agente da Guarda Civil Municipal de Jundiaí, para atirar contra ele enquanto este se encontrava na cozinha, de costas, por volta das 13h. Posteriormente, dirigiu-se até o primeiro andar da casa, onde sua irmã estava, e efetuou um disparo em seu rosto após ela ouvir o barulho do tiro anterior e gritar. A jovem veio a óbito no local.

Embora tenha afirmado não ter conflitos prévios com sua irmã, o adolescente justificou à polícia que a atingiu com um disparo para evitar que ela interferisse em seus planos de atingir sua mãe.

"Ele fala que deu um tiro na nuca do pai. Aí a irmã ouviu o disparo, e ele acessou o primeiro andar e efetuou um disparo no rosto da irmã. Aguardou a mãe chegar. A mãe chegou, e ele fez mais um disparo. Acertou a mãe. No dia seguinte, ele pegou a faca e esfaqueou a mãe porque ainda sentia raiva", afirmou o delegado ao g1.

Após a mãe chegar à residência por volta das 19h, o adolescente relatou ter aberto o portão da garagem para ela entrar. Depois da mãe presenciar o corpo do marido na cozinha, o adolescente a matou.

O delegado do caso informou que, apesar de surpreendido ao saber que seria apreendido pela polícia, o adolescente não demonstrou arrependimento.

"Ele tomou um susto. Foi uma surpresa para ele a hora que soube que ele ia ser preso. Ele se espantou com isso. Então, a gente não sabe se ele estava fora de uma realidade com relação à apreensão, mas pode ser também que ele tenha levado em consideração: 'Como vou ser preso, se sou um adolescente?'. Então, isso a gente também está analisando porque, lá na frente, isso faz uma diferença", afirmou ao g1.

"A perícia será muito importante nos aparelhos dele, dos pais e irmã. No momento, não podemos dizer se teve algum mentor. Até agora, sabemos que era uma família pacata. Vamos aprofundar na investigação", completou o delegado.

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