O centro de Porto Alegre ficou completamente alagado após as chuvas das últimas semanas
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O centro de Porto Alegre ficou completamente alagado após as chuvas das últimas semanas


As recentes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul têm desencadeado uma crise de saúde pública e estrutural sem precedentes. Entre os desafios mais urgentes está a confirmação feita nesta segunda-feira (20) da primeira morte por leptospirose após as inundações.

A leptospirose é uma doença transmitida pela urina de animais infectados em água parada, e seus casos já foram registrados em cidades como Porto Alegre e Travesseiro.

As autoridades têm alertado para a importância do uso de luvas e botas para evitar o contato com a água contaminada, mas mesmo assim, os casos de infecção continuam a surgir.

O tratamento da leptospirose envolve o uso de antibióticos preventivos para aqueles que estiveram em contato com as águas das enchentes.

Para os casos confirmados, o tratamento inclui internação e administração de antibióticos, sendo fundamental uma resposta médica rápida para evitar complicações graves.

Infraestrutura

As enchentes não apenas afetaram a saúde dos moradores, mas também causaram sérios danos à infraestrutura de saúde.

O Hospital Pronto Socorro de Canoas (HPSC) foi um dos locais mais afetados, com seu térreo totalmente inundado, resultando na evacuação de cerca de 400 pessoas, incluindo pacientes em estado crítico na UTI.

O prejuízo financeiro estimado pela destruição de equipamentos médicos e materiais chega a cifras entre R$ 30 e 35 milhões, levando a discussões sobre a reconstrução ou a mudança do local do hospital.

Aglomerações, falta de medicamentos e frio

Além dos problemas de saúde imediatos, como as infecções e a falta de atendimento médico adequado devido à destruição dos hospitais, as enchentes têm gerado dificuldades adicionais.

A aglomeração em abrigos temporários tem aumentado a incidência de doenças respiratórias devido ao frio intenso e à falta de agasalhos. A perda de remédios controlados e receitas médicas também tem complicado os tratamentos contínuos, colocando em risco a saúde de pacientes crônicos.

Saúde mental

As consequências das enchentes não se limitam apenas ao aspecto físico da saúde, mas também têm um impacto significativo na saúde mental das vítimas.

A perda de familiares, amigos e bens materiais tem gerado um sofrimento emocional profundo, exigindo um suporte psicológico eficaz para auxiliar na recuperação das pessoas afetadas.

Proliferação de doenças

Além disso, outros riscos à saúde continuam presentes. A água parada nas áreas alagadas é um ambiente propício para a proliferação de doenças, aumentando o risco de contaminação e disseminação de enfermidades. A aglomeração em abrigos também facilita a propagação de vírus e infecções.

Diante dessa crise, as ações governamentais têm se concentrado na instalação de unidades de pronto atendimento nos abrigos, visando lidar com os problemas de saúde emergentes.

Além disso, doações de equipamentos médicos de outros estados têm sido cruciais para substituir os perdidos nas enchentes.

O esforço voluntário também tem sido essencial, com voluntários realizando resgates de pessoas e animais durante as enchentes. No entanto, muitos desses voluntários precisam de vacinas e tratamentos para as doenças contraídas durante os resgates.

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