Itens apreendidos pela polícia
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Itens apreendidos pela polícia

Em meio à situação de calamidade provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul , a cidade de Eldorado do Sul, com 98% de seu território inundado, tornou-se palco de uma série de saques a grandes empresas industriais. Onze empresas, incluindo multinacionais dos setores de eletrônicos, cervejarias, alimentos e equipamentos agrícolas, foram alvo dos chamados "oportunistas de enchentes", como passaram a ser designados pela polícia.

Enquanto o contingente da Brigada Militar e a delegacia local estavam submersos, os criminosos saquearam os estabelecimentos, transportando os objetos para residências do bairro Progresso, uma das poucas áreas da cidade onde as ruas já estavam secas. A ação criminosa só foi interrompida após a abordagem de um homem que estava vestindo o uniforme de uma das fábricas roubadas, o que levou as autoridades até o depósito dos bandidos.

Para recuperar todo o material roubado, foram necessários dois caminhões do Exército, capazes de transportar oito toneladas, e três viaturas da Brigada Militar. Entre os itens encontrados estavam dezenas de televisores, notebooks, fardos de cerveja, vestuário, barras de chocolate, uma arma e um colete balístico.

"São os oportunistas de enchentes. Por isso, nós mandamos o Batalhão de Choque e o Bope para Eldorado", afirmou o comandante-geral da Brigada Militar, Claudio Feoli. "Foram muitos materiais saqueados durante a enchentes. Num primeiro momento, eles invadiram e usaram as empresas como abrigo e, depois, quando a água baixou, fizeram o roubo", acrescentou a capitã Daiane, que atendeu as ocorrências.

No total, sete pessoas foram presas pelos crimes de associação criminosa e receptação, que podem resultar em até sete anos de prisão. Segundo a delegada da Polícia Civil Luciane Bertoletti, alguns desses criminosos têm antecedentes por tráfico de drogas e roubo, e estariam ligados a facções criminosas atuantes na região.

"Eldorado do Sul foi identificado como o local mais propenso à desordem social. Por isso, a Polícia Federal montou uma base policial na região", afirmou a delegada, que está trabalhando em uma sala de uma empresa, já que a delegacia local está inundada. Os detidos foram encaminhados para a cidade vizinha de Guaíba.

Além dos saques, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul também desencadeou a operação "Dilúvio Moral" para combater fraudes e golpes relacionados às enchentes. Dois indivíduos foram presos acusados de divulgar contas falsas de PIX nas redes sociais, alegando serem destinadas a doações para as vítimas das enchentes. As prisões ocorreram em Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo. Um terceiro suspeito está foragido. A polícia alerta para a disseminação de informações falsas que visam induzir doações fraudulentas em momentos de crise.

"Como a fraude foi iniciada logo nos primeiros dias de calamidade, os criminosos induziram a erro um número relevante de pessoas de boa-fé, que imaginaram contribuir para a campanha de reestruturação do Estado, quando, na verdade, foram vítimas de uma associação criminosa paulista", diz nota da Polícia Civil.

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