Clarinha era cuidada pelo tenente coronel Jorge Potratz há mais de 20 anos
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Clarinha era cuidada pelo tenente coronel Jorge Potratz há mais de 20 anos

Clarinha terá velório e o enterro nesta terça-feira (14), após  dois meses de sua morte. Ela ficou 24 anos internada em um hospital em Vitória, capital do Espírito Santo, sem receber nenhuma visita nesses anos.

O velório e o enterro serão realizados com a ajuda de uma funerária que se voluntariou para prestar o serviço e coroa de flores dos funcionários do Hospital da Polícia Militar (HPM).

O corpo de Clarinha ficou no Departamento Médico Legal (DML) da capital do Espírito Santo desde o dia 14 de março, data em que morreu. Exames de compatibilidades de possíveis familiares foram realizados, mas todos negativaram.

Ela estava internada em coma desde o dia 12 de junho de 2000, quando foi atropelada por um ônibus. A paciente foi recebida na unidade de saúde em Vitória, no Espírito Santo, sem qualquer identificação. Por conta do tom de pele muito clara, ela foi apelidada de Clarinha.

Entenda o caso

Inicialmente, Clarinha foi encaminhada para o antigo Hospital São Lucas, onde passou por várias cirurgias. Porém, os traumas cerebrais acabaram a deixando em um estado de coma profundo.

A falta de documentos e a impossibilidade de identificação pelas digitais, a paciente nunca teve sua identidade descoberta. As autoridades tentaram localizar conhecidos através de testemunhas do acidente, mas nenhuma informação foi descoberta. Com isso, ela foi transferida para o HPM-ES, permanecendo em tratamento até o fim da vida.

De acordo com o Ministério Público do Espírito Santo, as testemunhas relatam que a jovem fugia de alguém quando aconteceu o acidente. Até o momento, não se sabe a identidade do perseguidor.

O caso foi parar nas mãos do MP após uma solicitação do hospital, que buscava ajuda para identificar a paciente. Diversas tentativas de localizar a família foram efetuadas, mas nenhuma teve sucesso. O caso moveu diversos órgãos públicos para tentar localizar a família da jovem, mas não foi obtida nenhuma informação.

Em 2021, foi especulado que Clarinha pudesse ser uma criança de um ano e nove meses que havia desaparecido no município de Guarapari. O caso aconteceu a 55 quilômetros de Vitória, em 1976, mas os exames de DNA comprovaram que ela não era.

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