Aluno teria sido espancado por sete outros
Arquivo Pessoal e Reprodução
Aluno teria sido espancado por sete outros

A mãe de Carlos Teixeira, o Carlinhos, aluno do sexto ano de uma escola pública morto por espancamento por sete colegas da turma, afirmou que a escola "fechou os olhos" para a agressão.

O caso aconteceu no dia 16 de abril. Carlos sofreu três paradas cardiorrespiratórias na Santa Casa de Santos (SP), onde estava internado após ser atacado por colegas em 9 de abril.

Michele de Lima Teixeira, mãe do estudante de 13 anos agredido, diz que o filho recebia agressões frequentemente e culpa a escola por não apartar as brigas.

“Um adulto vê as crianças apanhando, não só o meu filho, e fechar os olhos, fingir que nada aconteceu”, disse a mãe ao programa Fantástico, da TV Globo.

Investigação

A polícia já ouviu dez testemunhas. Entre elas, a vice-diretora da escola, professores e dois suspeitos, que são os menores de idade.

O inquérito investiga se ocorreu homicídio doloso eventual, caracterizado quando alguém assume o risco de causar a morte.

A polícia está aguardando os resultados da perícia para esclarecer as circunstâncias do falecimento do adolescente.

Os estudantes que são suspeitos de terem agredido Carlinhos são do mesmo grupo que  já atacou outro aluno no banheiro da mesma escola.

“Foram sete pessoas: duas pegaram pelo meu braço e os outros cinco começaram a me bater. Lá não tem câmera. Eles têm um grupinho chamado ‘Grupinho do Terror’”, disse o outro estudante agredido ao Fantástico. Segundo ele, a direção sabe da violência do grupo e não faz nada a respeito.

O gestor do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, Thomás Resende, afirmou que uma comissão para apuração dos fatos e eventuais responsabilidades foi instalada.

“A gente está no início dos trabalhos, mas a realidade atual é de que nenhuma evidência, nem por vídeo monitoramento, nem por oitivas realizadas, trazem informação de que aconteceu alguma coisa dentro do ambiente escolar no dia 9 de abril", disse Thomás ao Fantástico.

Segundo Resende, a imagem de Carlinhos saindo da escola demonstra que o menino saiu aparentemente bem.

“A gente trabalha com a questão de proteção escolar, com a melhoria da convivência, que é sem dúvida alguma a nossa principal preocupação. Para que cada vez mais nós consigamos desenvolver esse estudante, a ponto de eles se perceberem pertencentes e colaboradores na construção desse ambiente escolar saudável”, completou.

Bullying

Segundo a mãe de Carlinhos, o motivo das agressões era o bullying. Ela também conta que o garoto queria "ficar forte" para proteger os alunos menores da violência.

“Ele falou assim: ‘Mãe, eu não quero sair [da escola] porque eu sou o maior da minha turma’. Falava isso porque os amigos dele eram menores, pequenininhos, e ele era grandão pela idade que tem. Ele falou que queria defender os amigos. Ele falou: ‘Mãe, eu quero ficar forte. Quero correr. Corre comigo’. Eu falei que ia correr com ele, mas não corri”, disse a mãe ao Fantástico.

Tatiane conta que Carlinhos relatava tudo os pais. Uma das agressões teria acontecido por causa de um pirulito, segundo a mãe.

“Foi por causa de um pirulito. O menino arrancou da mão dele e, quando ele pediu de volta, o menino deu dois socos no nariz dele. O arrastaram pelo pescoço e foi para dentro do banheiro, onde fizeram aquele vídeo”, conta a mãe.

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