A Polícia Federal informou nesta quinta-feira (18) ter encontrado 27 celulares no barco com nove corpos em decomposição no último sábado (13 ) em Bragança, no litoral do Pará. Os aparelhos foram enviados para a perícia no Instituto Nacional de Criminalística em Brasília. Além dos eletrônicos, 25 capas de chuvas também foram encontradas no local.
Os chips e cartões de memória serão analisados para trazer elucidações sobre a identidade dos ocupantes da embarcação. A operação é realizada em cooperação internacional, pois a embarcação tem origem da Mauritânia, país do noroeste da África.
A perícia foi concluída ontem pela PF. No entanto, ainda não é possível identificar as pessoas que estavam na embarcação. Na última terça-feira (16), os objetos e documentos encontrados pela Polícia Federal revelaram que a nacionalidade de algumas vítimas são da África, mais especificamente região da Mauritânia e Mali .
Por serem corpos estrangeiros, eles serão temporariamente sepultados em Belém, até que as autoridades descubram as identidades e os familiares das vítimas sejam comunicados.
Em nota enviada em Portal iG, a Polícia Federal afirma que " os dados colhidos foram enviados para continuar o processo de identificação em Brasília/DF, pelo Instituto Nacional de Criminalística e Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal, com apoio da Interpol e organismos internacionais".
O que se sabe sobre o caso?
O barco foi encontrado na região do Salgado. Ele estava na Baía do Maiaú, próximo à ilha de Canelas, que fica na região litorânea de Bragança, cidade que fica cerca de 215 quilômetros da capital do Pará, Belém.
Os pescadores avistaram a embarcação na manhã de sábado (13) . Ao se aproximarem, perceberam que havia corpos dentro do barco e notificaram as autoridades.
Investigações
Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para investigar a nacionalidade das vítimas e a causa das mortes. Uma equipe de papiloscopistas da Polícia Federal de Brasília foi até o local trabalhar na descoberta de identificação das vítimas.
No sábado (13), a Defesa Civil municipal, bombeiros, Marinha e Polícia Federal estiveram em Tamatateua, onde fica um trapiche do porto mais próximo do barco com as vítimas. O Instituto Médico Legal (IML) também foi acionado.
O capitão dos Portos da Amazônia Oriental, Ewerton Calfa, contou ao canal de televisão local Rede Liberal que o barco encontrado era "aparentemente artesanal". O veículo seguiu para perícia no Instituto Médico Legal, que já foi finalizada.
Os exames realizados foram: radiológicos; análise de vestimentas, pertences, documentos e adereços; exame médico-legal, com coleta de material de DNA; exame odontolegal e exame necropapiloscópico (das impressões digitais).
Vítimas
Ainda não é possível saber a identidade das vítimas. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Nacional de Criminalística (INC) e do Instituto Nacional de Identificação (INI), em Brasília, para identificação.
A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF para a defesa de direitos humanos, está a frente do caso.
"A investigação criminal deve focar em eventuais crimes cometidos e na responsabilização penal de autores. A investigação cível será para questões de interesse público e na proteção de direitos que não necessariamente envolvem crimes", comunicou o MPF.
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