Mãe de Marielle diz que delegado tratou caso como 'questão de honra'

Marinete da Silva revelou surpresa com o envolvimento do delegado Rivaldo Barbosa, acusado pela PF de ser um dos mentores do assassinato de Marielle Franco

Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco, revelou surpresa no envolvimento de Rivaldo Barbosa
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco, revelou surpresa no envolvimento de Rivaldo Barbosa

A mãe da vereadora  Marielle Franco, Marinete da Silva, revelou nesse domingo (24) que a  participação de Rivaldo Barbosa no assassinato da filha foi uma surpresa para a família. O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro havia se comprometido a elucidar o crime o quanto antes e tinha tratado o caso como "uma questão de honra".

Ela diz que Rivaldo a abraçava e consolava durante a investigação, e que a filha o conhecia e confiava no seu trabalho. "A gente foi traído, não é só traído... Eu acho que era um agente, um homem de segurança, um homem que tinha, na época, um poder enorme para poder avançar no caso", detalhou Marinete à GloboNews.

"A minha filha confiava nele e no trabalho dele. E ele falou que era questão de honra dele elucidar o caso. Ele falou para mim que isso era uma questão de honra para ele", afirma.

A ministra da Igualdade Racial,  Anielle Franco, irmã de Marielle, disse se sentir cansada e que as prisões a levaram de volta ao dia do crime. "Quando eu recebi a notícia, eu fui para o local do crime, eu fui para o IML no dia seguinte, às 6h, e fui para o velório da minha irmã e eu tive que ficar de pé, eu não sei se eu já encontrei força, parece que eu estou revivendo esse momento hoje".

Anielle complementa: "Ninguém merece morrer como ela foi assassinada. E as pessoas terem a frieza de planejarem, darem um aval e sentar com a minha mãe para tomar café e falar que a gente vai resolver o caso. Que mundo é esse que a gente está vivendo?".

Monica Benicio,  viúva de Marielle, também afirma que ficou surpresa. "O sentimento é de dor revirada nesses 6 anos e 10 dias, e também de revolta. A grande surpresa foi o nome, o aparecimento do nome de Rivaldo Barbosa", diz.

"O que resta é um sentimento de revolta disso tudo ter acontecido da maneira bárbara e chegar a respostas como essa, que a gente sabe que autoridades que deveriam estar comprometidas em elucidar não só falharam em deixar acontecer, como depois foram responsáveis pela não elucidação célere disso", complementa.

A Polícia Federal prendeu o deputado federal  Chiquinho Brazão (União Brasil), o conselheiro do Tribunal de Contas do RJ,  Domingos Brazão – irmão de Chiquinho – e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, acusados de serem os mandantes do crime que matou Marielle Franco e o motorista Anderson Torres. Para a PF, Rivaldo foi um dos mentores da execução.

Quer ficar por dentro das principais notícias do dia?  Clique aqui e faça parte do nosso canal no WhatsApp.