União Brasil expulsa Chiquinho Brazão do partido após operação da PF

Executiva do partido se reunião remotamente, de forma extraordinária, na noite de hoje (24)

Chiquinho Brazão foi preso neste domingo (24) suspeito de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco
Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados - 13/03/2024
Chiquinho Brazão foi preso neste domingo (24) suspeito de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco

A Executiva do União Brasil  anunciou na noite deste domingo (24) que expulsou do partido o deputado federal  Chiquinho Brazão em decorrência da operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã de hoje.

Os integrantes do União se reuniram remotamente para deliberar sobre a situação do congressista, uma vez que ele se tornou oficialmente suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da ex-vereadora do RJ, Marielle Franco. 

Segundo o presidente da legenda, Antônio de Rueda, 14 dos 17 integrantes da executiva estavam presentes e a decisão pela saída do congressista foi unânime .

Mais cedo, o partido informou que apesar de filiado ao União Brasil, Chiquinho Brazão já não mantinha relacionamento com a sigla e havia pedido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorização para se desfiliar.

Chiquinho pode ser preso?

De acordo com a Constituição, membros do Congresso só podem ser presos em flagrante de crime inafiançável . Se isso ocorrer, a Câmara decide sobre a prisão.

O STF deve comunicar a Câmara em até 24 horas. Em situações anteriores, como nos casos dos ex-deputados Wilson Santiago e Daniel Silveira, a  Câmara notificou os deputados sobre a prisão para ser avaliada na próxima sessão.

O parecer da  Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é apresentado diretamente no plenário. A defesa tem três oportunidades para falar, por 15 minutos cada vez: antes da leitura, após a leitura e após a discussão. A votação é aberta e requer maioria absoluta. A resolução é promulgada na mesma sessão.

Operação Murder Inc

A operação "Murder Inc." conta com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O objetivo é investigar os autores intelectuais dos homicídios, além dos crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

Na manhã deste domingo, a Polícia Federal prendeu preventivamente três suspeitos na investigação sobre a morte de Marielle e Anderson. Além do deputado Chiquinho Brazão e do conselheiro Domingos Brazão, o delegado Rivaldo Barbosa também foi preso sob suspeita de protegê-los. Os três negam as acusações. A ação foi realizada devido ao risco de fuga e para surpreender os envolvidos.

No total, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. O delegado Giniton Lages, que chefiava a Delegacia de Homicídios na época dos crimes, também é alvo de um mandado.