Uma nova pesquisa Ipec divulgada nesta sexta-feira (8) apresenta um alerta para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), indicando que a avaliação positiva da atual gestão federal atingiu o menor patamar desde o início do terceiro mandato do petista. Segundo o levantamento, 33% dos brasileiros consideram a gestão de Lula como ótima ou boa, o que representa uma queda de cinco pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, realizada em dezembro, e uma diminuição de oito pontos em comparação com março do ano passado.
Outros 33% avaliam o governo como regular (um aumento de três pontos percentuais em relação à última pesquisa) e 32% o classificam como ruim ou péssimo (um aumento de dois pontos percentuais). A pesquisa também mostrou que a distância entre aqueles que avaliam positivamente e negativamente o mandato de Lula diminuiu de 17 pontos para apenas um ponto no último ano.
O recuo na percepção de que o governo é ótimo ou bom foi mais significativo entre o eleitorado que escolheu o presidente em 2022. Entre os que declararam voto no petista, o índice passou de 69% para 61%.
As maiores variações na avaliação positiva foram observadas entre brasileiros com renda mensal de até um salário mínimo (de 51% para 39%) e entre moradores do Nordeste (de 52% para 43%), tradicional reduto de Lula.
Entre as mulheres, que representam outro segmento do eleitorado que apoiou o atual presidente, houve uma queda de sete pontos, para 33%. Um recuo semelhante foi registrado entre os moradores do Sudeste, a região mais populosa do país: aqueles que consideram o governo como ótimo ou bom caíram de 37% para 30%.
A oscilação na avaliação negativa da gestão ficou dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Mesmo assim, a parcela dos que consideram o governo federal ruim ou péssimo atingiu numericamente o maior índice. Em março de 2023, quando foi realizada a primeira pesquisa, esse percentual era de 24%, enquanto 41% avaliavam o governo como ótimo e bom.
A pesquisa também mostrou que a avaliação negativa do governo continua mais predominante entre aqueles que declaram ter votado em Jair Bolsonaro (63%), têm renda mensal familiar superior a cinco salários mínimos (45%), são moradores da região Sul (42%) ou são evangélicos (41%).
Os entrevistados também foram questionados sobre como avaliam a maneira do presidente Lula governar. O levantamento indicou que 49% aprovam seu trabalho, enquanto 45% desaprovam. Em relação a dezembro, a desaprovação do presidente aumentou, especialmente entre aqueles com renda familiar mensal de até um salário mínimo, embora ainda predomine uma visão mais favorável sobre Lula.
O percentual dos que afirmam confiar no presidente também diminuiu na pesquisa mais recente. Em março deste ano, 45% declararam confiar em Lula, contra 48% em dezembro. Outros 51% disseram não confiar no petista, e 4% não souberam ou não responderam. O Ipec destacou uma queda na confiança no presidente entre os moradores de municípios com mais de 500 mil habitantes, que passou de 49% para 41%.
Além disso, a proporção de brasileiros que afirmam que o governo está pior do que esperavam chegou a 38% e se distanciou do percentual dos que consideram a gestão melhor (30%). Houve uma inversão desde setembro, quando o primeiro grupo representava 31% e o segundo, 35%.
A pesquisa, realizada entre os dias 1º e 5 de março pelo instituto, entrevistou presencialmente dois mil eleitores em 130 municípios, com um nível de confiança de 95%.