O município de Brasiléia ultrapassou a cota histórica de enchente na cidade nessa quarta-feira (28). Dados da Defesa Civil Estadual revelam que o transbordamento do Rio Acre alcançou os 15,56 metros, deixando para trás o registrado em 2015, quando a água na região atingiu os 15,55 metros. Cerca de 80% da cidade está embaixo d'água.
Com o cenário, o município do Acre pode ter sido "movido" para a Bolívia, país que faz fronteira com Brasiléia. Segundo informações da prefeita Fernanda Hassem (PT) fornecidas à CNN, só é possível ter certeza quando a água baixar, mas o cenário atual indica essa conjuntura.
"Até a minha casa está toda submersa", disse Hassem. "Eu até consegui tirar a maior parte das coisas. Na cheia do ano passado eu perdi tudo. Minha dor é até pequena perto dos outros que perderam tudo", complementou a prefeita.
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), decretou situação de emergência em 17 cidades do estado afetadas pela enchente do rio, incluindo Brasiléia. A medida, expedida no domingo (25) e com duração de 180 dias, facilita que recursos do Governo Federal cheguem às regiões.
Mais de 13 mil pessoas foram atingidas de alguma forma na cidade, nos 12 bairros afetados, sendo que 911 pessoas estão desabrigadas e 1.011 estão desalojadas. Na zona rural de Brasiléia, mais de 500 pessoas estão isoladas e 20 pontes foram destruídas pela força das águas.
Para evitar o colapso de água tratada e energia elétrica na cidade, a Prefeitura iniciou uma operação de racionamento, com desligamento da energia por uma hora, durante o dia, nos locais ainda não alagados, e reduziu a distribuição de água.
Brasiléia é um dos dois municípios que enfrentam a situação mais grave das enchentes, junto a Jordão, onde cerca de 80% da cidade também foi inundada. Nas duas cidades as pessoas estão isoladas de forma terrestre, e só é possível locomover-se por meio de embarcações fluviais.